08 abril 2008

Cinema (Paraíso)

Sou uma grande apreciadora da sétima arte e, para mim, as idas ao cinema foram sempre vividas com grande intensidade. Infelizmente, as minhas últimas experiências não têm sido muito positivas. Bandos de miúdos, bem crescidos na maior parte das vezes, invadem os cinemas carregados de pipocas, coca-colas e demais artigos de qualquer piquenique. Não obstante todo o barulho provocado pelo mastigar de pipocas e aspiração da coca-cola pela palhinha,são os telemóveis que tocam e com todo o descaramento atendem a chamada uma e duas vezes, são as piadas ditas em voz alta, os risos constantes, quando os filmes nada têm de engraçado.

Não consigo perceber este novo passatempo. Porque gastam dinheiro nos cinemas(que não é assim tão barato quanto isso) se no final do filme pouco se devem lembrar da história?

Como gosto de relembrar o Cinema Paraíso (realizado por Giuseppe Tornatore). Sendo um dos poucos passatempos da aldeia siciliana, todos os seus habitantes aguardavam de forma apaixonada pela projecção dos filmes no Cinema Paraíso. Estes eram vistos com muita devoção, muita paixão. Sentimentos que transpareciam, maravilhosamente, do filme que é, sem dúvida, uma verdadeira homenagem a todos os amantes do cinema.

Quando penso nele, suspiro e imagino como seria bom que todas as pessoas que frequentassem os cinemas possuissem alguma desta paixão e, acima de tudo, o respeito por quem lá vai para gozar a fantasia, a magia e a evasão que os filmes proporcionam.

Escrito por Charlène Pereira.

7 comentários:

  1. Charlène, que belo texto... muitos parabéns! Dei por mim a sorrir quando li a tua descrição dos (irritantes) barulhos no cinema... e a recordar, comovida, esse belíssimo filme italiano, "Cinema Paraíso". Possamos todos, como a personagem principal, rever as cenas cortadas da nossa vida, e deixar cair, emocionadaos, as lágrimas que nunca nos permitimos...

    Um beijinho muito grande, com amizade e admiração.

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  2. Bom post, e bom filme, Cinema Paraíso.

    Quando vejo os kilos de pipocas e litros de Coca-cola.Digo sempre qualquer dia trago um garrafão de vinho, um prato de cabidela ou presunto e gostava de apreciar o que diriam os espetadores.

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  3. Parece me que a paixão de quem realiza - ou falta dela- reflecte se na sua audiência.Temos vindo a assistir a uma banalização do cinema que leva a um "desrespeito" pela arte.Quem dera que todos os espectadores tivessem ÁQUELE olhar...

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  4. Gabriela,obrigada pelas sempre simpáticas palavras.
    J.M.F.,essa do garrafão e cabidela foi mt boa,um dia destes arrisco-me a cometer essa proeza.
    Estelinha,tens toda a razão.Felizmente que ainda temos alguns bons realizadores e espectadores que não se deixam corromper por essa banalização.

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  5. O Cinema Paraíso é de facto, o filme ideal para a comparação com o que se passa hoje nas salas de cinema.Além de ser um filme muito tocante.
    É bom saber que persiste "aquele olhar" de que fala a Estela em alguns de nós. Felizmente.Basta ler este post para perceber isso:)

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  6. Por isso e por outras que eu prefiro apreciar a Arte e doar-lhe "aquele olhar" num sítio mais recatado, como em casa.

    Caro jmf, tenho a vantagem de em casa, poder comer e beber estas iguarias sem me preocupar com os espectadores.(penso eu)

    Parabéns pelo texto.

    Pode ser que ganhes o "gosto".

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  7. Para os amantes do cinema....CineDica. Venha conhecer.

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