«O financiamento da compra dos dois novos submarinos foi adjudicado, durante o governo de Durão Barroso, pelos ministros da Defesa, Paulo Portas, e das Finanças, Manuela Ferreira Leite, ao consórcio bancário, que apresentou uma proposta de spread de 1,9%.
Já depois de adjudicado, o consórcio bancário quis aumentar o spread (de 1,9% para 2,5%), Paulo Portas autorizou este aumento do spread e, portanto, do lucro dos bancos do consórcio.
O jornal "Sol" fez as contas e concluiu que os dois bancos terão aumentado os lucros num mínimo de 25 milhões de euros, à custa do Estado» in
Os casos de «maus negócios» do Estado, os casos de «má gestão bancária», o sempre contemporâneo tráfico de influências e a corrupção tolerada e impune, estão a consumir as frustrações de todos nós. Sobre estes casos, diversas situações têm sido consideravelmente mediatizadas.
A mediatização oferece-nos uma vaga noção que uma parte da Justiça funciona. Porém, a história penal e a população presidial em Portugal estatisticamente nos bate com a realidade ao sentenciar que há uma parte da nossa justiça que aplica aos «nossos» culpados a imunidade da vergonha.
Haja ou não haja justiça. Seja ou não seja inocente. A presunção de inocência é um luxo que a maioria dos portugueses dispensa em relação aos «nossos» culpados. E têm toda a razão.
Todos temos os «nossos» culpados. Somos aqueles que antes de haver a irredutível prova rejubilamos-nos por uma sentença bem e cruelmente penalizadora. Normal. É a natureza humana a impor-se. E louvado aquele que por um qualquer espasmo masoquista se guarda nos sentimentos e não culpa os «nossos» culpados. São poucos, mas os há. Não têm a razão.
Mas no fim, todos nós, passiva ou activamente, afirmamos perante os «nossos» culpados, permitindo que este lamaçal nos envolva. Só temos o que merecemos como grupo e como seres. Se queremos a mudança, façamo-la. O resto é a bela e desviante treta de cada dia.
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