16 novembro 2007

Contaminação da Imprensa Local

A imprensa local, actualmente, tem responsabilidades acrescidas. A sua influência é evidente na tomada de decisões político-administrativas. A proximidade com os problemas locais e as pessoas que os vivem, torna-a um instrumento apetecível para o Poder Local ou pretendentes a Poder Local.

Em Cabeceiras de Basto a pluralidade, independência e a qualidade informativa na imprensa local refugia-se na inexistência. A falta destas condicionantes está a levar à descredibilização da imprensa local. É um processo reversível mas moroso.

Projectar um jornal, revista ou demais derivado que apresentá-se como espelho da imparcialidade e reflectisse os verdadeiros problemas, soluções e virtudes do Concelho sem a capa do interesse, seria um grande passo evolutivo na sociedade cabeceirense.

Extremamente difícil a concretização deste projecto? Sim. Mas não impossível. Existe condicionantes determinantes como a económica, política, recursos humanos. Não diria que não seria difícil ultrapassá-los, mas com força de vontade e perseverança se conseguira erigir este projecto.

Existe sempre a hipótese de um elemento da actual imprensa local se reverter e tornar-se neste projecto. Duvido que algum o faça, mas se o fizesse, possivelmente seria estigmatizado e o seu real valor subvalorizado.

4 comentários:

  1. Uma excelente análise. O grande mal da imprensa local é que é feita sem responsabilidade e em total amadorismo. Os pseudojornalistas são, na verdade, opinidores.

    A solução seria fazer nascer um projecto que congregasse os cada vez mais cabeceirenses formados nas áreas dos media e jornalismo associados a colunas de opinião que abrangessem o espectro político e social do concelho. Na resposta e contra-resposta. E não a pasquimzismo que se vê, feito de alinhados e dissidentes...

    Agora, também não podes exigir um orgão destes e a dizer que não vai resultar de seguida... Cortas logo o mal, ou o bem, pela raíz.

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  2. Sempre pertinente as tuas opiniões caro Vítor.

    Tens razão, temos tanto potencial na nossa terra subaproveitado. Este projecto bem determinado e alicerçado com estes jovens seria muito bom.

    O que estou a dizer é que seria difícil que um elemento da actual imprensa retomasse o caminho deste possível projecto, näo estava a referir-me ao possível projecto.

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  3. Vítor Pimenta prova que tens capacidade de mobilizar um órgão de comunicação social local e avança com essa tua ideia. Acho excelente. Sabes o que é fácil? Fazer jornalismo quando se está do lado do poder. Há dinheiro pra tudo. Aliás olha para o Ecos de basto e facilmente constatarás que com a publicidade que lá está, dificilmente o jornal se conseguiria manter. Sim, porque uma impressão só impressão, custa em média 1200 euros. Difícil, difícil é manter um projecto e aguentá-lo quando toda a gente lhe dava dois meses. refiro-me ao Jornal "O Basto", que tem a sua linha editorial é certo,e não é próxima do poder, também é verdade, mas passa comunicados de todos os partidos e instituições inclusive da Câmara. Ora, não vemos isso no Ecos, para quem parafraseando o Cândido de Voltaire, parece que vivemos em Cabeceiras no melhor dos mundos possíveis. Entre os que mamam nas tetas do regime e os que lutam para se libertarem e terem o direito à liberdade de expressão da sua cidadania, prefiro colocar-me do lado dos segundos. Percebo o teu incómodo e as tuas críticas aos dissidentes, mas é gente que tem emprego na sociedade civil, muito cuidado quando se fala dessa gente (ao contrário de outros abutres do orçamento) que já provou que em lugares de responsabilidade elevou bem alto o nome do concelho e das suas freguesias e continua a provar que sem apoios ou subsídios, só com o trabalho de quem acredita num projecto jornalístico, consegue, goste-se ou não, (e eu admito que tu não gostes)manter periodicidade e regularidade e acima de tudo, dizer algumas verdades ( sempre com os dois lados da notícia é importante recordar, ao contrário do pasquim camarário). Agora, falar é fácil e palavras leva-as o vento! Avança, que eu teria muito prazer, se me deixasses, escrever no teu jornal! Mas vai contando que esse teu projecto, se for pra frente e fala quem sabe, tem despesas na ordem dos 2000 euros mensais. ora para isso tens que mobilizar muitos carolas, ou então convencer as empresas que o jornal é bom e colocar publicidade! Felicidades e aguardo pelo teu jornal!

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  4. O nosso amigo Vítor por vezes acha-se um intelectual acima da média e mete tudo no mesmo saco apelidando os jornais locais de Pasquins. Mas se ele fosse um excelente jornalista, ou opinion maker, provavelmente estaria a fazer opinião para o expresso ou talvez para o Semanário Sol. É tempo Marco Gomes de exigirmos alguma humildade aos nossos caros comentadores. Não nos julguemos acima de ninguém, intelectuais ou virgens puras da liberdade de opinião e de expressão e acima de tudo procuremos melhorar a nossa expressão escrita, pois na vida como na expressão da cidadania, temos sempre alguma coisa a aprender. E o Vítor ainda tem muito a aprender seguramente. Tem que ser menos radical e aprender a respeitar as ideias e o trabalho dos outros. Abraço

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