10 julho 2008

O niilismo pessimista reveste-se com "Carreira"

Ontem, ouvi os balbuciados do senhor Henrique Medina Carreira. Numa óptica destrutiva, critica tudo e todos. Refere que vivemos num país governado por desajuizados, com uma educação incoerente e dirigida por incompetentes, baseada num programa para analfabetos, acusando os partidos do poder de serem partidos de empresários e interesses, culminando com a "nova" máxima pessimista de que o país não tem dinheiro para nada. O seu discurso culminou, negativamente, ao proferir, interpelado pelo estóico entrevistador, que a criação da auto-estrada de ligação entre Vila-Real e Bragança não é necessária porque não deveremos 'hipotecar' todo o país com este tipo de investimento.

Este senhor poderia criticar tudo, mas atacar aquilo, que de uma miríade de investimentos públicos, aparenta ser um investimento de pertinência indiscutível e impulsionador da afamada coesão nacional, ele, resvalou o absurdo.

Pessimista crónico, embora tivesse algum fundamento argumentativo, a sua retórica niilista fez o favor de o descredibilizar. As alternativas propostas, que mais uma vez o entrevistador procurou com as suas interpelações, caíram na indigência e superficialidade. No fim da entrevista, ruidosamente, apelava à SIC e ao entrevistador para um possível encontro televisivo com optimistas, para os descredibilizar. Enfim, um pessimismo que convém não se expor durante muito tempo.

3 comentários:

  1. Meu caro Marco completamente de acordo. Este senhor irrita-me tal como a senhora Ferreira Leite. Quem julga que o desenvolvimento deste país que já foi glorioso aos olhos do mundo e cuja cultura e património histórico eu procuro transmitir aos meus alunos, se desenvolve sem investimento público, está provavelmente ainda em África. É a origem e o passado do nosso amigo Medina, apesar de lhe reconhecer algumas (poucas) virtudes como economista( que têm ajudado a enterrar este país no aspecto económico). Este senhor, provavelmene é daqueles que acha que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem, como Eça retratava o país no século XVIII. Infelizmente eu vivi em Lisboa 2 anos e meio como Deputado e percebi na pele o que é a vaidade e o snobismo/centralismo lisboeta. Eça tinha razão. Mas a mediocridade existe no século XXI com os Medinas que pululam na nossa sociedade. Abraço

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  2. Queria dizer século XIX ( dezanove) como é óbvio. "Lapsus Linguae". Sorry

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  3. Caro Miguel, saberás muito melhor do que eu, que o centralismo envenenou e envenena este País.

    O desenvolvimento assimétrico, tem causas diversas, mas a principal e mais perniciosa foi e continua a ser o centralismo.

    O País perdeu uma oportunidade crassa de se desenvolver de uma forma sustentada e descentralizada. Existe, hoje, certos arrependimentos. Mas não chega, é necessário agir. O País necessita de uma reforma administrativa urgente, e os nossos políticos e dirigentes, têm contribuído para a não discussão deste assunto. São compromissos legítimos e ilegítimos a comprometer a discussão.

    Quanto ao investimento público. O investimento público, como a História nos ensina, tem um papel fundamental no desenvolvimento económico num País. Tanto em ciclos económicos favoráveis mas, e principalmente, em momentos económicos desfavoráveis. São a alavanca de uma economia. Mas, como a História também nos ensina, um investimento público incoerente e impulsivo, provoca o efeito contrário.

    Haja investimento público sustentado e coerente e em sítios verdadeiramente necessitados.

    Abraço.

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