Ontem, ouvi os balbuciados do senhor Henrique Medina Carreira. Numa óptica destrutiva, critica tudo e todos. Refere que vivemos num país governado por desajuizados, com uma educação incoerente e dirigida por incompetentes, baseada num programa para analfabetos, acusando os partidos do poder de serem partidos de empresários e interesses, culminando com a "nova" máxima pessimista de que o país não tem dinheiro para nada. O seu discurso culminou, negativamente, ao proferir, interpelado pelo estóico entrevistador, que a criação da auto-estrada de ligação entre Vila-Real e Bragança não é necessária porque não deveremos 'hipotecar' todo o país com este tipo de investimento.
Este senhor poderia criticar tudo, mas atacar aquilo, que de uma miríade de investimentos públicos, aparenta ser um investimento de pertinência indiscutível e impulsionador da afamada coesão nacional, ele, resvalou o absurdo.
Pessimista crónico, embora tivesse algum fundamento argumentativo, a sua retórica niilista fez o favor de o descredibilizar. As alternativas propostas, que mais uma vez o entrevistador procurou com as suas interpelações, caíram na indigência e superficialidade. No fim da entrevista, ruidosamente, apelava à SIC e ao entrevistador para um possível encontro televisivo com optimistas, para os descredibilizar. Enfim, um pessimismo que convém não se expor durante muito tempo.
Meu caro Marco completamente de acordo. Este senhor irrita-me tal como a senhora Ferreira Leite. Quem julga que o desenvolvimento deste país que já foi glorioso aos olhos do mundo e cuja cultura e património histórico eu procuro transmitir aos meus alunos, se desenvolve sem investimento público, está provavelmente ainda em África. É a origem e o passado do nosso amigo Medina, apesar de lhe reconhecer algumas (poucas) virtudes como economista( que têm ajudado a enterrar este país no aspecto económico). Este senhor, provavelmene é daqueles que acha que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem, como Eça retratava o país no século XVIII. Infelizmente eu vivi em Lisboa 2 anos e meio como Deputado e percebi na pele o que é a vaidade e o snobismo/centralismo lisboeta. Eça tinha razão. Mas a mediocridade existe no século XXI com os Medinas que pululam na nossa sociedade. Abraço
ResponderEliminarQueria dizer século XIX ( dezanove) como é óbvio. "Lapsus Linguae". Sorry
ResponderEliminarCaro Miguel, saberás muito melhor do que eu, que o centralismo envenenou e envenena este País.
ResponderEliminarO desenvolvimento assimétrico, tem causas diversas, mas a principal e mais perniciosa foi e continua a ser o centralismo.
O País perdeu uma oportunidade crassa de se desenvolver de uma forma sustentada e descentralizada. Existe, hoje, certos arrependimentos. Mas não chega, é necessário agir. O País necessita de uma reforma administrativa urgente, e os nossos políticos e dirigentes, têm contribuído para a não discussão deste assunto. São compromissos legítimos e ilegítimos a comprometer a discussão.
Quanto ao investimento público. O investimento público, como a História nos ensina, tem um papel fundamental no desenvolvimento económico num País. Tanto em ciclos económicos favoráveis mas, e principalmente, em momentos económicos desfavoráveis. São a alavanca de uma economia. Mas, como a História também nos ensina, um investimento público incoerente e impulsivo, provoca o efeito contrário.
Haja investimento público sustentado e coerente e em sítios verdadeiramente necessitados.
Abraço.