Pois é, ainda se lembram da Gripe A que tantos noticiários abriu? Tanta tinta de jornais escorreu? E tanto pânico gerou? E da loucura da correria às vacinas, etc e tal? Uma suposta pandemia que nem sei se chegou a ser uma epidemia ou se não passou apenas de um surto.
Algumas coisinhas não resisto, e tenho mesmo de dizer:
1º tivemos uma comunicação social alarmista, que confundiu o seu papel informativo com o de esmiuçar tudo a um pormenor tal, que teve como consequência a sensação de pânico e ansiedade nas populações. Contudo, não posso deixar de valorizar pela positiva o seu papel na informação às populações no que diz respeito às medidas de prevenção do contágio/transmissibilidade. Apenas penso que exagerou no tratamento da informação e na forma como a relacionou e cruzou, que certamente não era da sua competência fazê-lo, mas a culpa é dos portugueses que adoram tragédias e notícias sinistras e macabras.
2º não sei se as previsões epidemiológicas foram realistas, mas é certo que sendo ou não, houve quem lucrasse com o problema. Muitas vacinas, produtos desinfectantes e afins se venderam, muitas análises microbiológicas de despiste foram pagas pelo Estado a laboratórios privados, etc... ou seja, a saúde na sua melhor vertente mercantil.
3º Penso que o trabalho do Ministério da Saúde e dos seus profissionais foi exemplar desde o início, quer pela tranquilização das populações, quer pelas medidas preventivas e pelo plano de contingência aplicados, que muito provavelmente contribuiram para que o problema não tenha tomado proporções maiores e mais graves. Quem muito gosta de criticar o sector da saúde e o Serviço Nacional de Saúde português, que pelo menos engula agora em seco, porque se tivessemos um sistema de saúde predominantemente privado, certamente estaria-se borrifando para planos de prevenção e contingência (porque esses não dão lucro, se é que me faço entender)
4º O alarmismo gerado serviu para algumas coisas: para unir as pessoas por uma causa, para pôr o sector da saúde alerta para as necessidades e lacunas no combate a doenças endémicas e, sobretudo, para ensinar a sociedade portuguesa a ter hábitos de higiene mais rigorosos, a ensiná-la a tossir e a espirrar, a ensiná-la a racionar o recurso aos serviços de urgência, a ensiná-la que as infecções por vírus não se tratam com antibióticos, etc e tal.
5º Deixo aqui as minhas condolências às vítimas mortais do H1N1, bem como às suas famílias e pessoas próximas, que felizmente foram menos do que o expectável.
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