02 outubro 2007

Enfermeiros vs. Correia de Campos

Correia de Campos quase em confronto físico com enfermeiros.

Eu sei que os enfermeiros são uma classe profissional discriminada, abusada, violentada em relação a outras classes profissionais no âmbito da saúde, mas ver o seu responsável máximo (Sr. DR. Correia de Campos) prestes a consumar aquilo que indirectamente se faz aos anos com aquela classe profissional, é no mínimo repugnante. Inadmissível, que alguém que tem obrigações para os seus tutelados, não responder a questões que só ele tem legitimidade em responder, e ainda por cima, quando confrontado com afirmações sobre o seu valor lógico, passar para a tentativa de confronto físico. Muito mal sr. Ministro.

6 comentários:

  1. não concordo com uma única palavra...estás a ver as coisas com o coração.

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  2. Desculpa não concordar com a tua opinião, mas contra factos não há argumentos, a atitude do sr. ministro foi contraproducente com o título que possui.
    Quanto aos enfermeiros , penso que é de senso comum que o estado da profissão deles está caótico.

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  3. Caro anónimo,eu como enfermeira posso lhe garantir que a nossa classe profissional é discriminada e abusada,desde as condições de trabalho, passando pelos maus ordenados(caso não saiba ainda somos pagos como bacharelato).Portanto, axo infundada a sua observação embora em relação à posição do ministro não possa opinar visto tê-la visto de relance.

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  4. A praça pública e mediática não são os locais para credibilizar a classe dos enfermeiros. A atitude por parte do representante em armar uma feira aproveitando-se da presença de toda o mediatismo para colocar perguntas lançar dúvidas que ele próprio sabe que não têm resposta única e simples, serviu apenas levantar poeira e causar indignação ao telespectador.

    O Senhor Ministro tem a obrigação de olhar pelo bem público, que é o nosso bem, e não pode nunca por os interesses das corporações à frente dos interesses dos cidadãos.

    Estimada Charlene...sabe quantos engenheiros, doutores e etc. com licenciaturas, mestrados e doutoramentos ganham ordenados inferiores aos do bacharelato?

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  5. Oh estimado anónimo, mau era se as pessoas agora se começassem a acomodar por os outros estarem igual ou pior que eles. À que reinvindicar aquilo a que se considera ter direito, não acha? Vou agora deixar-me ficar caladinha e sentadinha por haver pessoas ditas engenheiras e doutoras piores que eu?Então tb vou deixar de comer pq há pessoas a passar fome.Não!Mas posso reinvidicar, numa ou noutra situação, para tentar que as coisas mudem...Mas, repito, não vi a notícia e por isso não posso comentar sobre a atitude do tal representante.

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  6. Caros anónimos, como enfermeiro que sou e com muito orgulho, não posso concordar com os vossos comentários. O que está em causa não são apenas as remunerações da classe profissional dos enfermeiros. Nalgumas instituíções e serviços hospitalares, bem como comunitários, as condições de trabalho são absurdas e uma ameaça à saúde pública em geral. Dou-vos alguns exemplos: por vezes prestamos cuidados sem recursos técnicos e materiais adequados (há escassez de luvas de protecção; falta de enfermarias de isolamento nalguns serviços para doentes com patologias infecto-contagiosas; escassez de médicos de urgência interna, défices no funcionamento dos serviços de saúde ocupacional, etc). Sabem o que é prestar cuidados a utentes potencialmente infectados com vírus e bactérias? Acham que há subsídios de risco para estes casos? eu digo-vos, nenhuns. Para não falar no desprezo que sentimos na pele por grande parte da sociedade e até dos próprios utentes. No nosso país a imagem dos enfermeiros ainda é muito negativa, e o Sr. Ministro Correia de Campos nada tem feito para a alterar, antes pelo contrário, apenas a tem denegrido mais (à semelhança do que a ministra da educação tem feito com a classe profissional dos professores) E sabem qual é o resultado? É um ambiente de crispação e arrogância por parte de alguns utentes e suas famílias para connosco, isto porque, somos um "alvo" mais facil e menos respeitado. Têm noção do que é porem em causa a nossa competência e responsabilidade como profissionais, quando temos a consciência que nos esforçámos, por dar o tudo por tudo em prol dos utentes? Não quero com isto dizer que não existem maus profissionais na nossa área, porque também os há. Mas, sabem o que é que isto gera? Uma baixa satisfação profissional que muitas das vezes contribui para a insegurança, o medo de errar e pôr vidas em risco, insatisfação laboral e desiquilíbrios emocionais, que contribuem para um decréscimo na qualidade dos cuidados prestados (é uma espécie de ciclo vicioso). E já que falaram no aspecto salarial pergunto - têm noção do que é lidar directamente e diariamente com pessoas, sabendo que a saúde e nalguns casos a vida das mesmas está dependente das nossas acções directas? Chama-se a isto responsabilidades, responsabilidades essas que têm vindo a crescer ao longo dos anos na nossa profissão. E, há quadros no sector da Função Pública que não têm um terço das nossas responsabilidades, e no entanto, têm remunerações exageradmente mais elevadas do que as nossas. Devo também alertar o anónimo II que quando diz, e passo a citar, "sabe quantos engenheiros, doutores e etc. com licenciaturas, mestrados e doutoramentos ganham ordenados inferiores aos do bacharelato?", eu digo - cabe-lhes a eles manisfetarem-se em sua defesa, tal como nós estamos a fazer. É um direito consagrado em democracia.
    Talvez os caríssimos anónimos não conheçam bem a realidade da classe profissional dos enfermeiros no nosso país. Quando se opina é conveniente estar-se bem informado. Fica a dica

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