06 outubro 2007

Estado político de Cabeceiras de Basto

Política partidária em prol do desenvolvimento da sociedade, discussão, activismo, liberdade política. São palavras vãs e conceitos vazios, neste Concelho amorfo e paupérrimo em questões de activismo social. Causas? Talvez certas condicionantes impostas por esta sociedade, que teima em se fechar no seu conservadorismo rural, que está cingida a um feudalismo disfarçado num silêncio pouco inocente. Trucida-me a alma, constatar a inércia política nos partidos locais, sim estes, responsáveis pela "vigilância" municipal, responsáveis pela participação no desenvolvimento municipal, responsáveis pela apresentação de ideias, propostas e refutação de outras tantas que não beneficiem o Concelho. Responsabilidade assumida, mas não consumada.

Os partidos locais têm de se clarificar ,i.e., terem propostas concretas com base nas suas ideologias partidárias, adaptando-as ao Concelho e às suas necessidades. Deixar o provincianismo, no sentido pernicioso, e definirem-se como alternativa ao poder autárquico. Nada disto é feito em Cabeceiras de Basto.

Existe, no momento, uma "gap" político-partidário no nosso Concelho. Em Cabeceiras não há alternativa viável ao poder socialista. Pelo menos, fora do partido socialista.

Façamos uma sinopse política ao nosso Concelho, dividindo-o pelas áreas ideológicas.

Esquerda:

Temos o incontornável, o poderoso partido Socialista. Encabeçado pelo actual Edil Cabeceirense. Este partido com alicerces bem fundos na História sócio-política do nosso Concelho, tem sido responsável pelo o melhor e pior nestes últimos anos. Grande responsável pelo desenvolvimento de Cabeceiras de Basto, mas em contrapartida, responsável por alguns dos maiores atentados à liberdade de expressão. Possuindo uma "jota", com fraco poder democrático, muito inerte, não dá garantias de futuro político em Cabeceiras de Basto. São consequências da entrada na política, não de activistas em prol do desenvolvimento da sociedade Cabeceirense, mas sim de pretensos "bajuladores de tachos".

CDU, um pequeno nos meandros da política cabeceirense, sofre do mesmo mal dos grandes. Inércia política, pouca divulgação partidária. Da sua "jota", pouco conheço, mas daquilo que conheço ganha por possuir um fervor ideológico mas perde no seu inerte activismo municipal.

Direita:

Outro incontornável da política Cabeceirense. O Partido Social-Democrata, tem-se evidenciado, na sua inércia política mas não tão gravosa como outros, pelas constantes críticas ao poder autárquico, em particular ao Edil. Falta propostas coerentes, falta idoneidade política, falta muita coisa para ser a alternativa. Sua "jota", sendo alguns dos seus membros, poucos, observadores preocupados com o statu quo Cabeceirense, peca por ser uma "jota" dada ao provincianismo retrógrado e ao extremismo.

CDS-PP, partido do qual só o conheço pelo o nome, é o exemplo crasso da inércia política. Desconheço que possua alguma "jota", tal que é o anonimato deste partido em Cabeceiras de Basto.

Em jeito final, aconselho aos partidos para divulgarem mais as sua ideias e propostas aos cidadãos. Lembrar-vos-ei, que o debate político é essencial para o desenvolvimento de um Concelho, e pertinente em qualquer altura, não só na época das eleições.

6 comentários:

  1. Tens de criar o bloco de esquerda em cabeceiras ( estou a provocar).

    Olha que era uma boa ideia.

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  2. Talvez, mas os caminhos da política são muito sinuosos.
    Mas agradeço a ideia, se tivesse um bom programa político e pessoas com espírito emprendedor e não corrompido.
    Assim sim, é uma excelente ideia.

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  3. Para isso não precisas de te colocar debaixo da bandeira de um partido...

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  4. Infelizmente é dífícil boas ideias políticas e independentes da maquinaria partidária, vingarem na sociedade.

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  5. Caro Marco: E será que a participação cívica responsável e o desenvolvimento local se esgota nos partidos? E porque não começarem a aparecer não um mas dois ou três movimentos cívicos que concorram à Câmara Municipal? se os partidos n têm ideias e as jotas n respondem aos problemas então apostemos em estruturas que emergem da sociedade civil. E pelo que tu referiste, em Cabeceiras começa a haver espaço para um movimento independente de cidadãos. E garanto-te que era bem capaz de eleger vereadores para o executivo

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  6. Tens toda a razão caro Ferreira.
    Se calhar falta a faísca inicial para principiar este movimento cívico.

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