12 outubro 2007

A opulência o cancro eclesiástico

A opulência da Igreja é algo que me atira para um poço de sentimentos contraditórios. A Igreja, responsável pela preconização dos ideais cristãos da abnegação e dos votos de pobreza dos seus sacerdotes, pratica o culto do luxo em detrimento do desprendimento monetário. A indigência assola o Mundo, e a Igreja cultiva a sua própria destruição. Jovens abandonam os seus antros religiosos, e as causas são variadas, desde do distanciamento sacerdotal em relação aos problemas actuais, o constante activismo político na Igreja, a opulência (o cancro eclesiástico), pregação de políticas demagógicas. Um rol de incongruências com os seus ideais, é isto que vai destruindo a Igreja.

Na minha liberdade opinativa, digo, com alguma reticência na aceitação, por parte de alguns a quem já proferi esta opinião, que a Igreja e o Comunismo são iguais. Ambos com uma filosofia humanista esplêndida, mas desrespeitada e raramente posta em prática pelos os seus líderes, principais deturpadores das suas filosofias e responsáveis pelo afastamento social dos seus ideais.

9 comentários:

  1. Texto bem escrito e opinião sólida, mas partilhada com delicadeza e tacto. Dou-te razão, meu caro Marco. Sobretudo depois de saber que o Papa resolveu dar 500 euros a cada funcionário do Vaticano quando fez 80 anos. Não teria sido melhor distribuí-los de modo mais... cristão?... Salvem-nos aqueles que, em espírito missionário, percorrem esse mundo fora sem tal opulência. São eles que nos merecem respeito e verdadeira admiração...
    Um grande beijinho

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  2. Hipocrisia que se vive nesta instituição é demais absurda.

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  3. É verdade. Mas temos de nos distanciar e perceber que, como qualquer instituição feita por homens, é falível exactamente pela sua humanidade. Há dias li que o actual Papa, ainda quando Cardeal Ratzinger, ameaçou de excomunhão aqueles que denunciassem um gigantesco escândalo de pedofilia que havia sido descoberto nos EUA... sim, leste bem: não eram os "infractores" os punidos com excomunhão, mas os seus denunciadores. Que podemos dizer a isto?...

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  4. É por essas e por outras que os líderes destas filosofias humanísticas têm destruido os ideais, de uma maneira quase irreversível.

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  5. A ideologia de base é, como disseste, admirável. O problema é transformar isso em algo concretizável... será que é mesmo inevitável levar avante esses ideais sem a tentação de os corromper de algum modo? Porque há quem o consiga, e temos exemplos disso...

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  6. Temos que acreditar que sim, porque é um princípio aplicável a tudo, nem só à religião, e é um princípio forte, o da não corrupção ideológica.

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  7. Eu acredito! A sério que sim, Marco. Se não formos nós a pôr fé nas coisas, não podemos esperar mudanças de grande monta... Julgo que mudar começa exactamente por aí: por um exercício de fé, de acreditar que valha a pena. Qualquer dia estamos nós a pregar por aí! :-)

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  8. Caro Marco

    Subscrevo na íntegra a sua opinião. A Igreja pratica exactamente o contrário daquilo que apregoa. Isso tem contribuído para o afastamento dos fieis. Precisa de uma reforma profunda e estrutural, mas não ocorrerá com Bento XVI.

    Cumprimentos

    BMM

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  9. É por isso que eu digo que não são as pessoas, grupos ou sociedade que "derrubam" políticos e outros líderes. Estes é que se auto-destroem com a própria surdez que os caracteriza, e com os seus ideais e politicas inadaptadas à sociedade. A igreja necessita urgentemente de uma reforma profunda de atitude. Caso contrário, as igrejas passarão de locais de rituais de culto a meros museus bonitos de se visitar e fotografar.

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