O Externato de São Miguel de Refojos, foi, e ainda é o berço da educação em Cabeceiras de Basto. Desde algumas décadas, que neste antro de ensino, se educa e socializa os jovens cabeceirenses.
Aproveitando este tema, a pertinência de uma nova escola secundária em Cabeceiras de Basto, lançado pelo controverso blogue Cabeceiras sem Censura, falarei um pouco do vulgo "colégio". Sítio de grandes contradições. Temos na docência, desde de surtos de incompetência negligente ao mais singelo docente imune a tais desvarios pedagógicos. Incompetência esta, preconizada e assimilada por docentes "encunhados", tendo a instituição perdido qualidade educativa em detrimento da satisfação de favores a famílias locais. Um chefe eclesiástico, com uma lucidez de intelecto inquestionável mas com graves problemas adaptativos aos tempos que correm. Deixando de parte os problemas não físicos da instituição, que grande parte de quem lá estuda ou estudou bem conhece, debrucemos sobre as condições tácteis.
Penso que as condições para a prática do ensino no Externato estão em perigo. Isto é, não obstante de ter uma envolvência histórica que muito me agrada, temos de ser realistas. Falta condições nesta instituição, nomeadamente para prática de uma disciplina tão essencial ao bem-estar mental, a Educação Física. Onde os alunos têm de deslocar em distâncias de alguns minutos, estando sujeitos à aleatoriedade do tempo, para terem aulas dessa disciplina. A exiguidade da instituição também lhe confere desvantagens educacionais.
Mesmo assim, não escolheria outro sítio para estudar em Cabeceiras de Basto. Estudei em muitas escolas, desde escolas cinquentenárias com o cunho de Salazar a liceus superpopulosos, mas sempre preferi esta, o Externato de São Miguel de Refojos. Gosto de tudo naquela escola, desde das suas salas com grandes portadas e janelas em ângulo recto com um chão em madeira, seus antigos estábulos adaptados, usufruindo agora de serviços escolares, às suas fachadas setecentistas. Poder-se-ia pensar em colmatar tais desvantagens e preservar uma Escola que respira História e apresenta uma beleza incalculável.
Não podemos olhar para uma escola e vermos, apenas, a sua beleza arquitetónica ou o seu valor histórico. O actual governo socialista, que muito apregoa os valores da valorização profissional, que preconiza políticas de alto rendimento numa altura de um mundo globalizado, onde os mais fortes sobrevivem e evoluem, enquanto os menos preparados são completamente ultrapassados, não pode deixar de olhar para cabeceiras como um mau exemplo. Temos um Ensino Secundário obsoleto e completamente desajustado com as necessidades actuais. Isso é facilmente constatável pelo novo ranking das escolas, onde o nosso Externato não consegue sair dos últimos lugares a nível nacional. É preciso parar e pensar, se os nossos jovens em cabeceiras estão a ter um nível de educação que os prepare convenientemente para o mundo universitário e para um futuro profissional de sucesso. Concordo com o autor deste post, quando diz "Temos na docência, desde de surtos de incompetência negligente ao mais singelo docente imune a tais desvarios pedagógicos. Incompetência esta, preconizada e assimilada por docentes "encunhados",". Os critérios de selecção dos professores, é básica e muito primária, passando de favores à conquista de mais alguns votos. Talvez a Escola Secundária não interesse para os senhores do poder em cabeceiras, mas é fundamental para os jovens do nosso Concelho.
ResponderEliminarA educação é fundamental para sociedade.
ResponderEliminarPenso que se ultrapassassem os problemas que esta escola apresenta (físicos e não físicos), seria uma boa escola adpatada à realidade cabeceirense. Além de não credebilizar este tipo de ranking, penso que está mal no ensino em Cabeceiras é o próprio ensino.
Quanto a valorização profissional, apoio muito a existência de uma escola profissional em Cabeceiras. Os nossos jovens precisam de alternativas educativas, alternativas com vertente profissionalizante e objectiva no âmbito das necissades sócio-profissionais cabeceirenses e nacionais.
Ponho dúvidas se uma escola secundária oficial, ou acoplada às escolas de refojos e do arco, resolveria a nossa fraca classificação no ranking dos exames nacionais. E francamente não sei se encerrar o Colégio resolverá alguma coisa. De uma situação tenho a certeza. O nosso Colégio foi responsável ao longo de décadas pela formação de vários milhares de jovens da região de Basto, que aqui encontraram o seu passaporte para o mercado de trabalho, nas décadas de 50, 60, 70 , 80 e até à actualidade. É difícil entender e aceitar o encerramento de um estabelecimento de ensino que tem para os cabeceirenses, mais ou menos jovens uma vertente afectiva. mas numa coisa concordo com Hugo pacheco. Temos que nos adaptar aos novos tempos. O Colégio se tem que subsistir como instituição tem que se abrir aos novos tempos. Tem que ter uma associação de estudantes reivindicativa e interventiva, que promova actividades extra-curriculares. Tem que ter uma associação de pais que reflita sobre a qualidade de ensino e sobre a qualidade dos docentes que presta serviço no Colégio.Tem que ter um conjunto de professores dinâmico, cuja maioria ( e ainda bem ), cerca de 75% é de cabeceiras, que abra o Colégio à sociedade, através da dinamização de iniciativas desportivas, culturais e recriativas. Considero que é tempo da actual Direcção do externato ( e tenho muita estima pelo senhor Director), abrir-se à sociedade cabeceirense e construir um projecto educativo com a intervenção e participação de todos os agentes. se tal n acontecer, então o mais provável é o encerramento. Se o Colégio onde eu estudei tiver que fechar, então que se reconverta numa Escola Técnico-profissional, com cursos que dêem progressão escolar a partir do 9º ano de escolaridade e direccionados para as potencialidades locais como o turismo, floresta e profissões técnicas orientadas para o saber fazer como electricidade, serralharia, cozinha, pastelaria e panificação carpintaria etc
ResponderEliminarPrimeiro ponto: Este ranking, para mim, não merece muito crédito. Mas o problema da má posição do Externato neste ranking não tem origem, pelo menos directamente, sobre a falta de condições. Cinge-se por outras "espinhas" bem mais pungentes, como a qualidade do ensino, a vontade e a determinação do aluno.
ResponderEliminarSegundo ponto: concordo com as ideias de modernização no sistema directivo do colégio e uma reforma de atitudes por parte dos intrevenientes (directos ou indirectos).
p.s.:No tempo que lá passei, houve propostas para criação de uma Associação de Estudantes, mas sempre protelada, digamos, estrangulada indirectamente pelo respionsável máximo.
Fala-se muito sobre o colégio mas a maioria dos comentários são de pessoas q não conhecem o real funcionamento da instituição, a questão das condições físicas acho que só quem não visita o colégio nos últimos tempos é que pode ter tal comentário, o colégio modernizou-se e talvez até tenha mais condições que a maioria das escolas publicas, quando aos docentes, não conheço a maioria mas sei que todos os anos a instituição tem mais do que um aluno a entrar em medicina é capaz de querer dizer alguma coisa.
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