11 março 2008

Nada a acrescentar, só evidências

A recente celeuma que envolve a revisão do Estatuto da Carreira do Docente tem provocado reacções pouco consensuais, por vezes, desproporcionais e pouco evolutivas para a discussão. A classe profissional visada tem toda a legitimidade de reivindicar e lutar pelos seus direitos profissionais, mesmo que estejamos contra. É indiscutível. Estas reformas estarão sempre condicionadas no seu desempenho quando pelo menos uma das partes interessadas é afastada do consenso, não por falta de propostas alternativas, mas sim por obtusidade no diálogo.

Há efectivamente falhas nesta revisão do estatuto da carreira do docente que culmina nas burocracias relativas à avaliação, progressão na carreira e o próprio método de avaliação do desempenho do docente.

Esta reforma, na sua essência, é positiva mas (como parece, infelizmente, uma regra nestes últimos anos, repare-se na reforma efectuada na Saúde) o seu modo implementação chega a ser contraproducente. Uma reforma de fundo para ser consensual terá de respeitar e necessariamente "ouvir" todas as partes interessadas no processo, que neste caso são a classe docente e seus titulares e a sociedade civil. Caso contrário provocará a instabilidade e o caos social. Concluo: nada a acrescentar, só evidências.

3 comentários:

  1. Subscrevo inteiramente, como cidadão e como professor. Venha de lá essa avaliação, mas com tempo para preparar as coisas e não a meio do ano lectivo, pressionando-me a passar todos os alunos. Não me parece que seja essa a via mais correcta para promovermos o sucesso educativo e elevarmos a qualificação dos nossos discentes. Com outra abertura ao diálogo, por parte do Ministério, julgo que seria bom dar tempo às escolas para iniciar a avaliação´em Setembro próximo, no início do ano lectivo. Haja compreensão e vontade política, que uma maioria absoluta confortável, normalmente costuma dispensar.

    ResponderEliminar
  2. Precisamos de um mesmo raciocínio, com as evidentes alterações de método, para outras classes profissionais. O rigor e a competência só poderá ser valorizada com um processo de avaliação.

    ResponderEliminar