Tempos idos, nos quais as mulheres eram um útil acessório e um suporte à vida dos homens sob o auspício de derivados legais do paterfamilias (uma obrigação legal que instituía ao homem grego um poder absoluto sobre a mulher, filhos e escravos) e pela moralidade imposta na colecção de leis e contradições morais da sacrossanta bíblia (citando Génesis, capítulo 2, versículo 18: «E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idónea para ele.»), o recrudescimento do feminismo assiste-se.
Esta eterna luta em quebrar preconceitos e empreender a igualdade entre géneros -o eterno mito feminista, o que não implica ser inatingível pois exemplos na antiguidade demonstraram que tal em outros tempos e em outros lugares era possível-, cai, na actualidade, em se recobrar das grandes conquistas (o direito ao voto (para as mulheres); crescimento das oportunidades de trabalho para mulheres e salários mais próximos aos dos homens, muito longe ainda de oportunidades e promoções equiparadas; direito ao divórcio; controlo sobre o próprio corpo em questões de saúde, inclusive quanto ao uso de preservativos e ao aborto).
Claro, que em todo este «Movimento» sócio-político erros e exageros se perpetuaram até aos dias de hoje, muito à custa de certos acontecimentos e estereótipos feitos (alguns de uma falsidade horrível e outros de verdade extrapolada). Continuamos (a sociedade masculina portuguesa) a possuir uma misoginia social embrulhada no nosso machismo que não nos permite (na interioridade masculina latina e conservadora) a conceder (moralmente e por vezes efectivamente) as mesmas oportunidades políticas, laborais, salariais, sociais, sexuais e vivenciais às nossas congéneres de espécie. Um vergonha condenável a quem, como eu, advoga a liberdade, igualdade e fraternidade entre os demais nesta sociedade humana.
Também certas feministas ajudam ao continuar do preconceito e da misoginia social. Recordo-me, de ler, há cerca de um mês, um artigo sobre a escritora Sveva Casati Modignani (escritora italiana, para mim, pseudo-feminista) onde afirmava: «Sim, porque a personalidade feminina é muito mais complexa. E sofisticada também. É muito interessante narrar um livro sob o ponto de vista feminino. Não escrevo sobre mulheres porque as conheço melhor. É possível viver 20 anos ao lado de uma e, mesmo assim, ela continua a ser indecifrável. Os homens, pelo contrário, são unidimensionais.» . Unidimensionais? Então, no momento da leitura de tal artigo, quando ainda visualizava as letras tão provocatórias, senti-me realmente ofendido agora, pensando bem, neste contexto de uma única dimensão no pensamento e no viver, penso que é o perfeito. Porque, simplificar (o que implica "descomplicar" algo) é desmesuradamente mais difícil que o contrário. Portanto, eu e outros congéneres de género, somos o humilde resultado (nas palavras da sábia escritora) de algo maior, um resultado simples de um processo complexo.
Claro que estes comentários de subtil "ódio aos homens", nada valem no conceito de feminismo e o que este implica. Servem apenas para "apimentar" preconceitos ou preencher linhas de leitura.
Contudo, quero apresentar algo para compreendermos (homens, mulheres e afins) o recrudescimento de um conceito e um conjunto de ideais muito importantes para evolução da nossa sociedade. Para quebrar preconceitos e "despertar" a consciência feminista, convido-vos a conhecer a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).
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