Essa afirmação do sr. Ministro só demonstra que não conhece o país nem a pasta que governa. É que muitos ministros parece só conhecerem o país que lhes interessa (tipo grandes urbes como Lisboa, Porto...), onde grande parte dos problemas não existem. A "cegueira" governativa é muito triste e a mentira é um desrespeito para com os cidadãos.
Os candidatos a PM e os seus compinchas quando andam em campanha eleitoral deviam fazer um levantamento dos reais problemas do país, para que, na possibilidade de serem eleitos governarem em condições. Mas, pelo contrário "vendem o peixe" e fazem promessas demagógicas para subirem ao "poleiro". E a consequência é o desgoverno, a injustiça e as desigualdades sociais.
A responsabilidade dos licenciados desempregados é dos executivos que ao longo dos anos regularam a abertura de escolas e cursos superiores. Muitos dos licenciados desempregados são de áreas que o mercado de trabalho já não consegue absorver. As licenciaturas vocacionadas para o ensino são exemplo disso. Acredito que haja algumas áreas que sejam deficitárias de licenciados mas daquilo que vemos todos os dias na comunicação social não serão muitas. Parece-me que os jovens que se preparam hoje ingressar no ensino superior têm uma tarefa complicada quanto toca a escolher um curso.
Impõe-se uma visão do ensino, e em particular, do ensino superior.
O Ensino Superior deve, tal como nos outros níveis do sistema educativo português, disponibilizar o direito à educação.
Isto é, não deverá este (tal como nos outros níveis) condicionar a "entrada" de alunos, que por direito devem ter um acesso universal à educação.
Tenta-se impingir (e na prática é o que acontece) um condicionamento ao acesso à educação. São os numurus clausus, as propinas e o, pior, a "mercantilização" do Ensino Superior.
O que quero dizer com a "mercantilização" do Ensino Superior. Para mim, toda esta história de se criar, aumentar, suprir os numurus clausus em função, imaginem a deturpação do conceito educação, do grau de empregabilidade de um "curso superior", é um atentado ao Ensino.
Pautar o direito à educação pelo grau de empregabilidade que poderá existir num curso, para mim, é horrível. Porquê? Existem várias razões. Uma delas a mais básica:
1.Todos têm o direito à educação sem qualquer tipo de entraves, ao não ser as suas capacidades intelectuais.
2.Condicionar os "cursos superiores" ao grau de empregabilidade deste, é "mercantilizá-lo". O está a acontecer é indexar o curso em função das necessidades e desejos da Economia do país, ou seja, se a economia precisar (por exemplo) de muitos advogados aumenta-se, cria-se muitos cursos e lugares nas Escolas. Quando a necessidade destes profissionais acabar, fecha-se e diminui-se os lugares e os cursos. Ora, onde fica o meu direito à educação e ao conhecimento. Posso querer possuir um conhecimento de um advogado, mas não exercer a profissão deste. Então, como fico? Dependente das necessidades da "sacro-santa" Economia?
Penso que o Ensino é algo mais que isto. É, superficialmente, uma transmissão de conhecimento e educação, que serve para nos enriquecer como seres pensantes. E, não apenas, "treinar-nos" para uma profissão.
Quanto ao excesso de licenciados? Os rankings internacionais dizem-nos que temos uma população activa com poucas habilitações "superiores". O que acontece é que certas "profissões" se retraírem -em função dos desejos da Economia e com a relutância dos patrões deste país em contratar mão-de-obra qualificada.
Por isso, quem pensar que o Ensino serve para "treinar" mentes para uma profissão, então, o pensamento actual (o tal que nos diz para irmos "tirar" este ou aquele curso só porque tem "saída") encaixa-se no modelo em que se está a tornar o Ensino Superior.
Quem, como eu, que pense que o Ensino é algo muito superior a somente "treinar-nos" para um emprego, então há muita coisa que está mal neste sistema educativo vigente. E isto ninguém discute nos púlpitos e salas ministeriais. Não convém.
"Posso querer possuir um conhecimento de um advogado, mas não exercer a profissão deste"
O conhecimento de nada serve se não pudermos fazer nada com ele. De que serve o conhecimento adquirido na formação superior se não puder ser transmitido a outros, aplicado, utilizado? O canal para essa transmissão, utilização ou aplicação dos conhecimento é o mercado de trabalho. De nada serve formar as pessoas para depois estas se inscreverem nos Centros de Emprego. Não vale a pena sonhar que vivemos num mundo diferente pois o ensino é um mercado enorme e é o mercado que vai "escolher" quais os cursos a realizar mediante a procura. É aqui que eu acho que uma entidade reguladora devia intervir e não tenho receio de afirmar que sim deve condicionar o acesso a determinados cursos quando as ofertas de emprego sejam demasiado limitadas.
eu tenho o 12º ano e trabalho num super mercado, quem quiser tirar um curso superior nestes tempos tem de pensar duas vezes, porque não há trabalho no mercado para todos os licenciados
Caro Paulo, são visões diferentes. Educação pode ser apenas para o enriquecimento pessoal.
Infelizmente quem quer somente receber "educação" tem de possuir um "aforro" financeiro que o mantenha. O mainstream do sistema educativo é "educar" para trabalhar. O que para o conceito de «Educação» é um atropelo.
Essa afirmação do sr. Ministro só demonstra que não conhece o país nem a pasta que governa. É que muitos ministros parece só conhecerem o país que lhes interessa (tipo grandes urbes como Lisboa, Porto...), onde grande parte dos problemas não existem. A "cegueira" governativa é muito triste e a mentira é um desrespeito para com os cidadãos.
ResponderEliminarOs candidatos a PM e os seus compinchas quando andam em campanha eleitoral deviam fazer um levantamento dos reais problemas do país, para que, na possibilidade de serem eleitos governarem em condições. Mas, pelo contrário "vendem o peixe" e fazem promessas demagógicas para subirem ao "poleiro". E a consequência é o desgoverno, a injustiça e as desigualdades sociais.
A responsabilidade dos licenciados desempregados é dos executivos que ao longo dos anos regularam a abertura de escolas e cursos superiores. Muitos dos licenciados desempregados são de áreas que o mercado de trabalho já não consegue absorver. As licenciaturas vocacionadas para o ensino são exemplo disso. Acredito que haja algumas áreas que sejam deficitárias de licenciados mas daquilo que vemos todos os dias na comunicação social não serão muitas. Parece-me que os jovens que se preparam hoje ingressar no ensino superior têm uma tarefa complicada quanto toca a escolher um curso.
ResponderEliminarImpõe-se uma visão do ensino, e em particular, do ensino superior.
ResponderEliminarO Ensino Superior deve, tal como nos outros níveis do sistema educativo português, disponibilizar o direito à educação.
Isto é, não deverá este (tal como nos outros níveis) condicionar a "entrada" de alunos, que por direito devem ter um acesso universal à educação.
Tenta-se impingir (e na prática é o que acontece) um condicionamento ao acesso à educação. São os numurus clausus, as propinas e o, pior, a "mercantilização" do Ensino Superior.
O que quero dizer com a "mercantilização" do Ensino Superior. Para mim, toda esta história de se criar, aumentar, suprir os numurus clausus em função, imaginem a deturpação do conceito educação, do grau de empregabilidade de um "curso superior", é um atentado ao Ensino.
Pautar o direito à educação pelo grau de empregabilidade que poderá existir num curso, para mim, é horrível. Porquê? Existem várias razões. Uma delas a mais básica:
1.Todos têm o direito à educação sem qualquer tipo de entraves, ao não ser as suas capacidades intelectuais.
2.Condicionar os "cursos superiores" ao grau de empregabilidade deste, é "mercantilizá-lo". O está a acontecer é indexar o curso em função das necessidades e desejos da Economia do país, ou seja, se a economia precisar (por exemplo) de muitos advogados aumenta-se, cria-se muitos cursos e lugares nas Escolas. Quando a necessidade destes profissionais acabar, fecha-se e diminui-se os lugares e os cursos. Ora, onde fica o meu direito à educação e ao conhecimento. Posso querer possuir um conhecimento de um advogado, mas não exercer a profissão deste. Então, como fico? Dependente das necessidades da "sacro-santa" Economia?
Penso que o Ensino é algo mais que isto. É, superficialmente, uma transmissão de conhecimento e educação, que serve para nos enriquecer como seres pensantes. E, não apenas, "treinar-nos" para uma profissão.
Quanto ao excesso de licenciados? Os rankings internacionais dizem-nos que temos uma população activa com poucas habilitações "superiores". O que acontece é que certas "profissões" se retraírem -em função dos desejos da Economia e com a relutância dos patrões deste país em contratar mão-de-obra qualificada.
Por isso, quem pensar que o Ensino serve para "treinar" mentes para uma profissão, então, o pensamento actual (o tal que nos diz para irmos "tirar" este ou aquele curso só porque tem "saída") encaixa-se no modelo em que se está a tornar o Ensino Superior.
Quem, como eu, que pense que o Ensino é algo muito superior a somente "treinar-nos" para um emprego, então há muita coisa que está mal neste sistema educativo vigente. E isto ninguém discute nos púlpitos e salas ministeriais. Não convém.
"Posso querer possuir um conhecimento de um advogado, mas não exercer a profissão deste"
ResponderEliminarO conhecimento de nada serve se não pudermos fazer nada com ele. De que serve o conhecimento adquirido na formação superior se não puder ser transmitido a outros, aplicado, utilizado?
O canal para essa transmissão, utilização ou aplicação dos conhecimento é o mercado de trabalho. De nada serve formar as pessoas para depois estas se inscreverem nos Centros de Emprego. Não vale a pena sonhar que vivemos num mundo diferente pois o ensino é um mercado enorme e é o mercado que vai "escolher" quais os cursos a realizar mediante a procura. É aqui que eu acho que uma entidade reguladora devia intervir e não tenho receio de afirmar que sim deve condicionar o acesso a determinados cursos quando as ofertas de emprego sejam demasiado limitadas.
eu tenho o 12º ano e trabalho num super mercado, quem quiser tirar um curso superior nestes tempos tem de pensar duas vezes, porque não há trabalho no mercado para todos os licenciados
ResponderEliminarCaro Paulo, são visões diferentes. Educação pode ser apenas para o enriquecimento pessoal.
ResponderEliminarInfelizmente quem quer somente receber "educação" tem de possuir um "aforro" financeiro que o mantenha. O mainstream do sistema educativo é "educar" para trabalhar. O que para o conceito de «Educação» é um atropelo.
Caro anónimo esta visão também se aplica a si.