Devo confessar que pouco interesse aplico à análise de sondagens, deixo-a para quem de direito aprecia. Porém, a recente sondagem Expresso/Sic/RR, indica uma subida na intenção de voto nos partidos ditos "grandes" ou, como os seus adeptos gostam de referir, partidos basilares para a democracia. Pois claro.
Neste rodopio de sondagens e sondas muitas conjecturas eleitorais se podem fabricar. Contudo, há algo que me preocupa em particular. A sistemática e persistente "fatia" de, pelo menos, 70 % de intenção de voto nos partidos ditos basilares para a democracia. Posso ser ingénuo nestas tarefas de analisar intenções mas algo que me irrita é a intenção de persistir no erro. Parafraseando alguém, se considerarmos que o insano é aquele que faz sempre a mesma coisa e espera resultados diferentes, então entenderão a minha irritação. PS e PSD foram e são os reflexos colectivos daquilo que está a assassinar a nossa cidadania e democracia:corrupção e o aparelhismo. Sei que estou a generalizar e que isto implica, certamente, injustiça na sentença. Mas os factos falam por si. Já é tempo de mudança.
Marco,
ResponderEliminarFaço esse raciocínio desde miúdo e ainda continuo sem perceber esta insanidade de persistir no erro.
Quanto ao tag "qualquer dia viro anarquista" achei-lhe piada. A anarquia em bruto é o nojo que se sente pela situação, a recusa de compactuar, a revolta.
cumps
Em sintonia.
ResponderEliminarCumprimentos.
Mas não compreendo... Podias dar exemplo de uma país baseado no BE, PC, CDS, Verdes, outro? Só me ocorre Coreia do Norte, Cuba, China, URSS... Já imaginaste Portugal governado por um desses partidos? Estás a ver a Venezuela? Seria igual, mas sem liberdade. Deves pensar que só aqui em Portugal é que estas coisas da corrupção se passam.
ResponderEliminarAlém do mais, convém não esquecer de que vivemos num Estado de Direito, democrático.
Não sei se entendes bem o seu alcance...
Talvez preferisses uma Anarquia, um local onde se pudesse fazer justiça pelas próprias mãos ou justiça popular.
Tudo leva o seu tempo. Lembra-te de uma coisa: tu estás bem melhor do que alguma vez o teus pais estiveram e os teus filhos ainda estarão melhor do que tu. Somos a geração mais bem preparada. Somos a geração mais sociável, mas adaptada a mudanças. Aqui há tempos li um texto fantástico sobre a nossa geração, em como ela é a mais bem preparada desde sempre. Se a vir, mando-ta.
Eu se calhar um dia destes viro anarquista e queimo uns hoteis:
ResponderEliminarhttp://noticias.sapo.pt/info/artigo/988078.html
Ou ainda faço melhor. Faço uns cocktail's molotov's e queimo aí uns carritos.
Com sorte ainda mato uns porcos capitalistas....Hahahahaha!!!
«Podias dar exemplo de uma país baseado no BE, PC, CDS, Verdes, outro?»
ResponderEliminarCaro anónimo, um país "baseado" nestes partidos (BE,PCP,CDS-PP e Verdes) não consigo determinar, agora, um país "baseado" no PS e PSD posso te indicar: Portugal.
Estás a ver a Venezuela? Seria igual, mas sem liberdade
Futurologia? Algo é certo, nunca compactuaria com alguma ideologia, credo ou partido que não defendesse ou, pelo contrário, que combatesse a liberdade. Liberdade é essencial (indiscutível).
«Deves pensar que só aqui em Portugal é que estas coisas da corrupção se passam.»
Sei que pode parecer um chavão mas o que tem a ver o que se passa lá fora? Penso que a corrupção no estrangeiro não legitima a corrupção em Portugal. Pelo menos por enquanto.
«Além do mais, convém não esquecer de que vivemos num Estado de Direito, democrático.
Não sei se entendes bem o seu alcance...»
Entendo o alcance, por isso mesmo defendo algo novo e, à partida, para melhorar o alcance e a profundidade do Estado Democrático e de Direito que se sente e mostra-se em Portugal.
«Talvez preferisses uma Anarquia, um local onde se pudesse fazer justiça pelas próprias mãos ou justiça popular.»
A Anarquia não implica justiça popular e muito menos violência. A grosso modo, combate o governo do homem pelo homem e a exploração do homem pelo homem. Penso que é um princípio interessante (digo eu).
«Aqui há tempos li um texto fantástico sobre a nossa geração, em como ela é a mais bem preparada desde sempre. Se a vir, mando-ta.»
Espero ansiosamente, deve ser um texto interessante.
«Eu se calhar um dia destes viro anarquista e queimo uns hoteis:
ResponderEliminarhttp://noticias.sapo.pt/info/artigo/988078.html
Ou ainda faço melhor. Faço uns cocktail's molotov's e queimo aí uns carritos.
Com sorte ainda mato uns porcos capitalistas....Hahahahaha!!!»
Certamente haverá correntes anarquistas que apoiem este tipo de conduta e, entretanto, outros grupos fundamentalmente pacifistas. Contudo, "fiscalizando" bem o princípio da "filosofia anárquica", utilizar a violência, é uma forma de coacção (directa e indirecta) o que implica uma "assassínio" no principio de não-coerção que Anarquia se baseia.
Teríamos, portanto, vários "partidos" anárquicos no espectro "político" desse dado país. Como disse o outro, porreiro pá.
ResponderEliminarNão me venham com merdas políticas, quem se interessa com essas merdas tem algo grande para beneficiar, os políticos, aqueles que haviam de ser os primeiros a dar os exemplos são no entanto os que fazem mais porcaria, tanta bosta com os partidos-foda-se-até parece que não são todos iguais, comem todos da mesma pia e uns mentem melhor que os outros.
ResponderEliminarESTAS ELEIÇÕES NÃO PONHO O MEU VOTO NAS URNAS, PONHO NOUTRO LADO.
A política é a coisa mais mentirosa que há, porquê?porquê se mente tanto? há benificios?porquê há sempre muitos interessados na politica? porque gostam?é certo que alguem tem de governar, mas haviam de ser mais justos, para eles as pessoas são animais?não são todos iguais?racistas...
Citando o mescalero:
ResponderEliminar«A anarquia em bruto é o nojo que se sente pela situação, a recusa de compactuar, a revolta.»
Cara anónimo, é mais um em sintonia.
É, é. Quando vissem a primeira pessoa a ser retalhada e morta com catanas, gostava de vos ver com essas teorias... Toda a gente, teoricamente, sabe o que é anarquia.
ResponderEliminarAo Marco Gomes fazia bem ir praticar medicina para África, ou para a Faixa de Gaza, ou ali para o Tibete para ver o que é realmente a desgraça de um povo.
ESTAS ELEIÇÕES NÃO PONHO O MEU VOTO NAS URNAS, PONHO NOUTRO LADO.
Não votas? Afinal queixas-te de quê? Dos que votam? Remete-te ao silêncio, especialmente se não votas conscientemente. Muitas pessoas perderam muita coisa para que tu votasses.
Ai é? a abstenção não pode ser um VOTO de protesto?E nós estamos a ganhar?Estou farto de votar(sempre votei, até para referendos)e de me arrepender, enquanto os grandes se ficam a rir.
ResponderEliminarA grosso modo, combate o governo do homem pelo homem e a exploração do homem pelo homem. Penso que é um princípio interessante (digo eu).
ResponderEliminarPouco gente interessada em democracia é a conta que se vê, a mesma pouca gente interessada numa anarquia deveria ser bem mais bonito!
Como diria o outro... a democracia ainda é menos mau deles todos.
A democracia é um menos mau regime, certamente.
ResponderEliminarContudo, desejar um mundo em que ninguém governe ninguém e muito menos explore, é natural e de louvar.
Há quem defenda que o Homem deve governar e explorar o Homem. São estes, possivelmente, que suportam o statu quo (ou pensas que isto está nos conformes e tudo corre bem) e nos governam.
Em suma: há pouca gente interessada em combater a exploração que se sente e vive mas muitos a apoiar e defender a podridão corrente. Enfim, é a "democracia" que temos.
Defender o regime democrático não é propriamente a mesma coisa que "pensar que isto está nos conformes....".
ResponderEliminarDefender um regime distinto, mesmo assumindo que o actual é menos mau, não é certamente ser coerente.
Parto do princípio de que tudo isto é carregado de alguma ironia. Mas vendo-te argumentar como argumentas fico meio confuso!
Gostaria de apontar somente mais uma incoerência:
Para defenderes o regime anárquico, recorres aos seus princípios filosóficos, que claramente se distinguem da imagem que a ele lhe é associado.
Pois bem, também os princípios da democracia, são bem distintos do defeito que lhe apontas. Quem governa, à luz dos referidos princípios, deveria servir!
Há portanto uma por demais reconhecida dificuldade, em colocar, qualquer um dos regimes em prática, sem que os mesmos sejam subvertidos. Atendendo a esta mais que previsível subversão, a anarquia tal como pensada, é verdadeiramente utópica.
Se em democracia, a responsabilidade do povo/Homem, se resume a um voto, e o teu descontentamento é dessa dimensão, imagina o que seria essa anarquia com os 70% que "criticas" neste teu artigo? Nesse regime, a participação do homem, não se resumiria a um voto, mas à sua atitude diária!
Podia portanto mudar-se o guião, mas os actores seriam os mesmo, o resultado final seria no entanto bem mais dramático... ou cómico!
O trabalho desenvolvido no teu blog (sociedade da informação) é por exemplo, um claro contributo, para o despertar de consciências, que dia após dia, contribui para o amadurecimento da democracia. Estamos certamente longe da perfeição, mas os podres que agora surgem com mais regularidade, eram certamente bem piores há uns anos atrás. Somos hoje mais exigentes. Mais informados.
Acredito portanto, que a solução passa pela defesa de uma melhor democracia, e não tanto, pela "promoção" :) de um regime pior!
”Defender o regime democrático não é propriamente a mesma coisa que "pensar que isto está nos conformes....".”
ResponderEliminarUma coisa é o regime democrático, outra, é o estado qualitativo deste regime.
”Defender um regime distinto, mesmo assumindo que o actual é menos mau, não é certamente ser coerente.
”
Se pensas que defendo um regime diferente do que o regime democrático, enganas-te. Mantenho-me coerente pois não defendo outro regime de governo que não seja o “menos mau” -Democracia.
”Atendendo a esta mais que previsível subversão, a anarquia tal como pensada, é verdadeiramente utópica.
”
Peço desculpa se é utópica, pois, de realidade e realismos estou um pouco farto. Mas, esta ideia continua no plano “metafísico” da filosofia política. Claro que é extremamente difícil de a implementar, contudo, penso que a Democracia é um meio para Utopia, caso contrário, entregamos as armas ao pragmatismo e releguemos a democracia para um outro plano de governo, pois aquelas “tretas” de serviço público e discussão pública são empecilhos para um desenvolvimento pragmático que os tempos e os seres necessitam.
”Se em democracia, a responsabilidade do povo/Homem, se resume a um voto, e o teu descontentamento é dessa dimensão, imagina o que seria essa anarquia com os 70% que "criticas" neste teu artigo? Nesse regime, a participação do homem, não se resumiria a um voto, mas à sua atitude diária!”
A Democracia, tal como a penso, não se resume a um voto (embora seja a ideia democrática mais defendida entres os “partidocratas” pois só têm de nos enganar uma vez). É muito mais. Como tu referes perante a Anarquia, a Democracia, para mim, é uma atitude diária e existencial. A Democracia não só vive no plano político. Vive no dia-a-dia, nos costumes, em suma: no modo de ser.
”Podia portanto mudar-se o guião, mas os actores seriam os mesmo, o resultado final seria no entanto bem mais dramático... ou cómico!”
Prefiro o cómico.
”Acredito portanto, que a solução passa pela defesa de uma melhor democracia, e não tanto, pela "promoção" :) de um regime pior! ”
O “regime” pior, deverias estar a referir à Anarquia. Pois, está no plano da “filosofia política” e como não conheço nenhum caso real que tenham realizado a Anarquia, não posso, no plano real, adjectivá-la.
Antes de mais, algo é preciso mudar nesta sociedade. Uma mudança de mentalidade. Devemos deixar de pautar a nossa existência (colectiva) no dinheiro, religião e política. Algo superior a isto tudo devem ser as bases da nossa sociedade. Para isso, pois claro, é preciso mudar. Não radicalmente e muito menos com violência ou outro tipo de "contra-ataque" pernicioso. Pequenas atitudes farão uma mudança radical.
Fica o desejo.
Não penso que defendas um regime diferente... e se o defendesses.... digamos... não era propriamente da minha conta!
ResponderEliminarNo entanto tive o cuidado de escrever:
"Parto do princípio de que tudo isto é carregado de alguma ironia. Mas vendo-te argumentar como argumentas fico meio confuso!"
Algo que, a ser citado por ti, te teria poupado uma série de explicações!
Cumps. e parabéns por mais uma "acha" pertinente!