15 junho 2009

Contestação no Irão

O Irão vive momentos de instabilidade social e política devido a uma alegada fraude eleitoral. Em causa estão dois conceitos sobre como e por quem deve ser conduzido o Irão. É certo que os dois candidatos não estão polarizados nas políticas para o Irão e o seu relacionamento internacional, somente são "graus" diferentes: um moderado reformador (Mousavi) e o outro um conhecido (o presidente Ahmadinejad) conservador.

Os apoiantes do candidato Mousavi renegam o escrutínio e adjectivam as eleições como fraudulentas, manifestando-se um pouco por todo o país. No entanto, o recém-eleito (o anterior presidente) Ahmadinejad reafirma a sua legitimidade da eleição que o elegeu e, com a razão de um totalitário, tenta conter as manifestações e o descontentamento com a prisão de contestatários, a supressão de agências noticiosas e sites que possam incomodar o regime na senda de calar e impor os resultados eleitorais.

Convém referir que o Irão, em rigor a República Islâmica do Irão, é um estado teocrático que possui como "chefe máximo" um guia supremo (um eclesiástico) com certos e determinados poderes (com um mandato vitalício). Estas eleições visaram a eleição do presidente executivo, que tive (as eleições o respectivo presidente) o consentimento e apoio do Guia Supremo Ali Khamenei. Mesmo na hierarquia religiosa o país aparenta estar divido. Apesar do chefe eclesiástico supremo ter "apadrinhado" as eleições, aparentemente, outros subordinados não possuem a mesma opinião.

O Irão terá o tempo que se segue para se definir politica e socialmente (pois há implicações sociais). Ora, ou o Irão continuará na órbita do conservador Ahmadinejad que depois destas contestações irá tornar o regime iraniano mais rígido e repressivo ou terá (improvável) ou verá uma reviravolta política sem igual nas últimas décadas, com a imediata impugnação das eleições e emergência de um "novo" conceito na política iraniana.

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