21 junho 2009

Uma Europa para quem?

«O primeiro-ministro da Irlanda, Brian Cowen, disse hoje estar a considerar realizar o novo referendo sobre o Tratado de Lisboa "no início de Outubro", depois de ter obtido as garantias que visam tranquilizar os eleitores irlandeses.» in [Diário Digital]

Há um ano atrás a Irlanda, numa consulta aos cidadãos, recusou através de um referendo a ratificação do Tratado de Lisboa. Cumprido o período de nojo, o referendo constitucional ao Tratado de Lisboa voltará à Irlanda.

Era algo espectável, findado o plebiscito de há um ano atrás ainda o Não ao tratado de Lisboa estava a sair do prelo, e nos noticiários das televisões e rádios, já os eurocratas promoviam (ou melhor exigiam) a repetição do referendo. Começou, então, uma campanha de responsabilização sobre o acontecido ao povo irlandês (ou seja, pressão). Eurocratas e afins acusavam a Irlanda, ou seja, o seu povo, de impedir o desenvolvimento da Europa ao recusar a ratificação do Tratado de Lisboa. Depois de chantagens da Europa sobre a Irlanda e chantagens da Irlanda sobre a Europa o próximo referendo está para ser realizado até Outubro de 2009.

É assim nesta Europa "democrática", o Não aos seus interesses, embora legítimo e escrutinado, é repudiado e não aceite. Os eurocratas tudo estão a fazer para que a opinião sobre o Tratado de Lisboa mude na Irlanda. Realmente, o que é que querem estes gajos: um Tratado que está escrito num qualquer código simbólico (pois aquilo não é uma linguagem humana) em que os maiores interessados (pelo menos directamente) os políticos e governantes aparentam ter medo em discuti-lo e que não aceitam o referendar é no mínimo merecedor de uma forte rejeição. Assim vai a Europa e nós por cá.

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