09 setembro 2009

A propósito da saúde e da história do serviço público versus serviço privado (Parte II)

Dando continuidade ao artigo anterior que teve como principal objectivo clarificar as pessoas de que um sistema de saúde não se resume aos centros-de-saúde, aos hospitais e às suas cirurgias, é bom lembrar que não podemos excluir uma componente importantíssima - os recursos humanos. Se pensarmos um pouco sobre a totalidade das estruturas do sistema, e se contarmos ainda com "outsiders´s" como a indústria farmacêutica ou laboratórios específicos, entre outros, que apesar de não estarem directamente relacionados com a prestação de cuidados de saúde directos, mas antes, fazendo parte desses mesmos cuidados por via de terceiros, estes têm um peso enormíssimo e uma elevada transversalidade num sistema de saúde. Constatamos assim, uma pluralidade imensa de profissionais com formações técnicas e académicas distintas, e outros sem formação nenhuma. Isto tudo para tentar dar resposta à enorme complexidade e exigência de um bem essencial, quer dos pontos de vista técnico e humano. Exemplos: médicos, enfermeiros, radiologistas, farmacêuticos, fisioterapeutas, técnicos de análises clínicas, auxiliares de acção médica, administrativos, dietistas/nutricionistas, assistentes sociais, engenheiros, etc.
À semelhança do que disse no último parágrafo do artigo anterior, um bom sistema de saúde tem de oferecer qualidade e eficiência, ou seja, tem de ser composto por recursos humanos com boa formação técnica e humana com vista à oferta de qualidade traduzida em cuidados, serviços e tratamentos. Contudo, mais importante ainda é, que esses profissionais com caracetrísticas diferentes mas complementares, consigam articular-se entre si, promovendo o trabalho multidisciplinar e em equipa. Este é o caminho para melhorar o sistema de saúde (articulação entre estruturas e profissionais, promovendo um trabalho de convergência). É como um motor. Se todas as peças funcionarem bem e estiverem oleadas, o motor trabalha bem. Quando uma das peças falha, o motor gripa.
(CONTINUA...)

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