Discordo com esse tipo de leis. Penso que criam privilégios a determinadas classes, e com isso, podem gerar desiquilíbrios nas hierarquias sociais, nas relações laborais, e consequentemente, rupturas e conflitos. Autoridade deve guardar-se para profissionais responsáveis pelo cumprimento de leis cívicas e penais, apenas e só no exercício das suas profissões (juízes, polícias, equipas de fiscalização, etc), e nunca esquecendo o respeito pelo outro. Debaixo da "farda", são todos humanos. E fora do seu ofício, devem ser cidadãos comuns como quaisquer outros, livres, respeitando para receberem respeito.
Não entendo que hajam profissões melhores nem piores, todas contribuem para o nosso desenvolvimento. Tenho a convicção que o necessário, é que haja é respeito pelo trabalho dos outros. Esse respeito tem de ser ganho na comunidade, e não na lei. Faz-me confusão pensar, que se tenha de ser "obrigado" a respeitar uma pessoa, que até possa estar a faltar-nos ao respeito ou ser péssima profissionalmente, apenas por ser uma autoridade, estando por isso, numa situação de vantagem, por uma lei especial, ao invés do respeito que possa merecer por qualidades como: ser educada, humana, competente, respeitadora, etc.
Pela confusão que gerou o primeiro título que atribuí ao post, decidi alterá-lo, para que não fique a falsa ideia, que estou a insurgir-me contra a classe dos professores.
Percebo perfeitamente a sua ideia. O que é preciso ainda mais é diminuir a autoridade desses gajos dentro da sala de aula, que sejam insultados pelos alunos e que levem porrada com força, que é isso que a sociedade espera dos nossos meninos prodígio. E já agora, que lhes destruam os carros. Afinal de contas esses professores bando de incompetentes, não fazem nada pela sociedade. Devíamos era pôr os meninos a dar as aulas, esses sim, são educados, estão bem preparados cívica e culturalmente, para ensinar os professores deste país, que são uns privilegiados, riquíssimos e no fundo são uns verdadeiros parasitas desta sociedade. Parabéns abel, pelo seu comentário profundo
ResponderEliminarCaro Sousa Pereira, está a entrar por um discurso de vitimização. Compreendo a sua inpulsividade porque estou bem ciente do que a classe dos professores tem sofrido com este último governo. Contudo, este post não tem o objectivo que interpretou. Acho que inverteu o meu raciocínio. Não o entenda como uma afronta à classe docente. Talvez tenha gerado alguma confusão ter aproveitado o título do post do professor Mário Leite. Tenho imenso respeito pelos professores, cresci ao pé deles, na minha família, e no café do meu pai. O que coloquei em causa foi que, posso ter respeito por um médico, um polícia ou um juíz, e por um professor, não por serem uma autoridade protegida por uma lei penal, mas sim, pela qualidade do serviço que prestam à sociedade, pela sua educação, pelo seu humanismo, civismo... Falei apenas num privilégio que envolve leis penais colocando classes profissionais em vantagem do ponto de vista legal, em relação a outras classes. Se um aluno ou um cidadão bate num professor, não acho que deva cumprir pena de prisão por isso. Se assim o fosse, a mesma lógica teria de ser aplicada, isto é, aplicar pena de prisão ao professor que bate num aluno ou num cidadão. O problema da agressividade e mau comportamento em sala de aula não penso que se resolva com leis deste tipo. Para estes casos penso que estão em falta apoios de outros agentes educadores como: psicólogos, assitentes sociais..., e do próprio apoio do governo. A sociedade apressada de hoje, fez com a educação de casa, em família, tenha passado para a rua. A escola deixou de ser apenas um local de ensino de disciplinas científicas, artísticas, linguísticas..., para passar a ser o principal local onde as crianças com problemas familiares, económicos, mal acompanhadas do ponto de vista social e educacional, crescem. Acho que a perda do tal respeito que os professores têm tido vem da sociedade, que perdeu respeito pelos professores e por muitas outras classes profissionais que lhes prestam serviços. Quer por falta de cultura, quer pela falta de apoio do governo, a imagem negativa que partes da sociedade têm da função públca, mantém-se . Quanto a outros privilégios como: salários, direitos cívicos, carreiras profissionais...etc, isso é outra conversa, não disse que os professores ganhavam bem. Defendo que o Estado apoie todos os funcionários que o servem, que procure as lacunas existentes, e as dificuldades e potencialidade, investindo no necessário, e promovendo a qualidade, eficiência e competência, transmitindo uma imagem de segurança. Por isoo compreenderá, que também não aprovo nem tenho simpatia com o trabalho de Maria de Lurdes Rodrigues, no que toca ao relacionamento com a classe docente. E para não gerar mais confusões irei alterar o título do post.
ResponderEliminarAgradeço o seu comentário, e peço desculpa por qualquer constrangimento.
Reproduzo o comentário que fiz em contraponto ao comentário recebido:
ResponderEliminarÉ um exercício de boa-fé nas relações pessoais e profissionais.
Se assim fosse, não seriam precisos polícias, juízes, já que todos se respeitariam e respeitariam as leis existentes.
Só que a sociedade não é assim.
Por isso é que se tomam medidas que, mesmo parecendo erradas, são efectivamente necessárias.
Tomara eu que os professores, como outros profissionais fossem reconhecidas e assumidos como relevantes por todos.
Mas como assim não é... pelo menos que esses profissionais sejam reconhecidos e defendidos pelos normativos legais.
Ainda bem que isso é pensado e assumido noutros locais.
Pena é que nós por cá estejamos sempre em sentido contrário.
De facto a sociedade não é assim. Contudo, acho que não é solução "forçar" uma sociedade ao respeito por alguém, ou algo, mediante legislação penal. O sistema judicial que temos é demasiado atrasado, complexo, sobrelotado de processos, e com custos elevados na manutenção de prisões e reclusos. A lei penal deve guardar-se para transgreções graves. Penso serem necessárias outro tipo de medidas que contribuam para a estabilidade e justiça social, que não passem pelos tribunais e pelo controverso código penal, mas sim por outro tipo de sanções e penas cívicas, que contribuam para um melhor cumprimento das leis, pela melhor educação cívica e pelo respeito. Também não penso que as medidas aplicadas noutros países devam ser legitimadas, apenas porque, seja hábito cultural nosso, termos a convivção de que lá fora é que é bom e se faz bem feito. Não acho que hajam "pózinhos mágicos" para resolver problemas. A realidade de Espanha e dos outros parceiros europeus é diferente da nossa, logo, nem tudo o que nesses países é aplicado, significa que resulte em Portugal.
ResponderEliminarTemos pontos de vista diferentes relativamente a esta matéria.
Agradeço o seu comentário.