01 dezembro 2009

Muse no Pavilhão Atlântico

Energia, muita energia, são as melhores palavras que encontrei para classificar o concerto dos Muse, no último domingo. O mérito desta banda é a qualidade dos seus músicos, a sua capacidade rítmica, a sua complementariedade, as variações de emoção que as músicas transmitem em passagens rasgadas de agressividade, a capacidade de sincronismo e a potência de energia que conseguem transpor para o público. Não houveram momentos altos, houveram antes, momentos menos altos, quase imperceptíveis durante aproximadamente 1h e 45 minutos, com a assistência em êxtase, pulando, aplaudindo e cantando em uníssono, em muitas das músicas.

O novo álbum - "The resistance", tem tido alguma dificuldade em afirmar-se, sobretudo nos admiradores mais antigos da banda, onde eu, me auto incluo. Este novo trabalho é sem dúvida mais comercial, à semelhança do que já tinha sido o seu antecessor - "Black holes and revelations", onde rebusca claramente a referência sonora e majestosa dos Queen, e em algumas músicas, o romantismo da sonoridade dos Him. Não seria necessário, porque eles próprios (Muse) já conseguiram ser uma referênica do rock moderno. Contudo, mesmo as novas músicas conseguiram manter o nível de energia, com a "The resistance tour", a trazer uma novidade no cenário, e nos efeitos visuais que envolveram toda a sala, contribuíndo para o ambiente de festa.

Os três arranha-céus que constituiram o cenário e que tanta curiosidade e teorias geraram nas cabeças do público, revelaram-se no início do espectáculo, com os 3 elementos da banda a surgirem em três plataformas distintas, num nível superior ao do palco, e que foram descendo e subindo duranto o evento. Porém, tenho lido alguma crítica relativamente às condições de acústica do Pavilhão Atlântico, e não posso sequer contradizê-las, porque é muito provável que em certas zonas da plateia e das bancadas, a qualidade do som seja baixa. Assisti aos Depeche Mode e aos Muse em circunstâncias muito idênticas, de frente para o palco, a uns 15 metros de distância. Talvez uma posição privilegiada, em que não senti grande dificuldade de ouvir os instrumentos e as vozes, com excepção dos momentos de pulos e de coro do público. Mas comparando os dois concertos, e sem tirar qualquer méritos aos Depeche Mode, a potência e energia sonora dos Muse foi muito superior.

Não posso deixar de fazer referência aos escoceses - Biffy Clyro, já conhecidos de alguns portugueses, numa das edições anteriores do Festival de Paredes de Coura. A banda escocesa abriu a noite de espectáculo tocando cerca de 30 minutos com grande garra, preparando da melhor forma o ambiente, para o que de melhor estava para vir.

Muse - "Uprising"

Muse - "Feeling good"

Muse - "Time is running out"

Muse - "Knights of cydonia"

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