06 novembro 2007

Incultura de Cabeceiras

Muito tem-se dito sobre o hiato cultural em Cabeceiras de Basto. Um problema social incrementado e apoiado pelas autoridades estatais. Sim, porque este problema tem a sua origem na educação que é instituída pelos antros de saber neste país. Particularizando, a cultura em Cabeceiras de Basto tem o seu statu quo como tem, devido, essencialmente, a uma miríade de "preconizadores inculturais".

Existe muitos entraves culturais. O primeiro e mais gritante em Cabeceiras é a falta de hábitos culturais da população, "apimentado" com a falta de qualidade das ofertas culturais. O estado calamitoso cultural tende para um estado estacionário, não se tenta combater a indigência cultural que assola o Concelho. A falta de apoios municipais, a subsídio-dependência dos criadores culturais, a falta de informação sobre os eventos culturais, a fraca comparência nos eventos culturais (devido ao pouco hábito cultural da população) e a uma ausência de debates sobre o estado da cultura em Cabeceiras de Basto são os "preconizadores inculturais" deste Concelho.

5 comentários:

  1. Caro Marco

    Cultura não é só educação. Que dizes daqueles que durante décadas a fio sem saber ler e escrever souberam criar e manter as tradições culturais na nossa terra, da nossa gente e construíram a nossa identidade.

    Achas mesmo que a a população de cabeceiras tem falta de "hábitos culturais"? em que te baseias para afirmar isso?

    Sabes o que é a cultura de Cabeceiras? Não estarás a tentar importar um modelo de oferta cultural orientado para outro tipo de territórios? Fará sentido?

    Sabes quantas associações culturais e recreativas existem no concelho?
    Se calhar é um sinónimo de alguma vida cultural concelhia...

    Para finalizar gostei da expressão "pouco habito cultural da população" (irónico claro)

    ResponderEliminar
  2. Caro anónimo, eu baseei-me principalmente no que tenho visto na vida cultural de Cabeceiras de Basto. Prezo muito, e não estou a ser condescendente, a herança da nossa cultura que é divulgada e preservada pelas associações culturais e recreativas. Mas falta algo.
    Se penso que a população de Cabeceiras tem falta de hábitos culturais? Sim.
    Falo principalmente do estrato social mais jovem. Estes pouco hábito cultural têm. Onde depreendo isto? Na falta de comparência nos eventos culturais em Cabeceiras, no constante desagrado que noto nas conversas sobre este tema.
    Gostaria muito de uma vida cultural mais dinamizadora e abrangente em Cabeceiras de Basto.

    ResponderEliminar
  3. Ao avençado político municipal que assina anónimo, eu gostaria de recordar que a vida cultural de cabeceiras n se mede pelo número de associações culturais existentes. Nós sabemos como é que essas associações são criadas e quem as cria e com que objectivos. A esmagadora maioria delas são associações satélites da Câmara e do poderoso autarca, não têm qualquer independência e autonomia, sendo subsídio dependentes do município e do Partido Socialista local. Essas associações não agem, antes reagem quando se torna necessário ao autarca aparecer num qualquer evento, passeio ou acontecimento para ser fotografado para a "imprensa do regime" lá se promove mais um evento patrocinado pelo erário público. Poucas são as associações neste concelho que têm uma independência cívica financeira e política, e a essas eu presto a minha homenagem. No entanto, são as primeiras a ser discriminadas em apoios financeiros municipais. Até para a cedência de espaços municipais para realização de congressos ou seminários sobre qualquer assunto ou temática que leve as pessoas a reflectir, o auditório municipal nunca está disponível.A Emunibasto pede a uma associação sem fins lucrativos de cabeceiras, 300 euros ( 150 + 150 de caução) para ceder o auditório do mercado para um debate sobre a despenalização do aborto com deputados à assembleia da república, na última campanha pelo referendo.Isto passou-se com uma associação de Cabeceiras, que teve que mudar o espaço da iniciativa para a sede de uma junta de freguesia. E o Mercado foi pago pelos nossos impostos. Que vida cultural pode ter um concelho, onde se obrigam associações sem fins lucrativos a pagar pela utilização de espaços públicos? Caro avençado ou avençada política, deixemo-nos de tretas. Em Cabeceiras vivemos em ditadura cultural e somos frequentemente amordaçados na expressão da nossa cidadania. Com empresas municipais a sugar até ao tutano as associações locais, não há cultura que resista!

    ResponderEliminar
  4. Análise lúcida e brilhante do estado a que chegou a nossa (in)cultura, onde exposições de pintura com feira do livro, por vezes se misturam com garrafões de vinho, sardinhas e feveras de vitela. Assim não vamos lá!

    ResponderEliminar
  5. Eu até compreendo o anónimo.
    Os hábitos culturais da população cabeceirense que ele acredita que existem, materializam-se nas idas à Malafaia comer e acima de tudo aprender a beber demais e à fartazana, para se saber aos 14 anos, o que é uma bebedeira, e o que são as urgências de um centro de saúde, mas principalmente o que é uma ressaca. Ora bem,isto para os nossos jovens é fantástico e da parte da nossa autarquia é profundamente pedagógico e didáctico, fomentar vícios louváveis nos mais jovens, e incutir-lhes a consciência de que nesta vida tudo é fácil conseguir, porque é dado. Que grande cultura nós temos e incutimos nas novas gerações.

    ResponderEliminar