Vivemos num tempus em que arrogância de uns colide com o orgulho de outros. No passado fim-de-semana estive a exercer o meu dever como bombeiro voluntário cumprindo o meu serviço nocturno. Eu e outro colega fomos solicitados para uma ocorrência à qual cumprimos escrupulosamente.
Ao finalizar os trâmites da ocorrência, encontrávamos no SAP de Cabeceiras de Basto, eram cinco horas da manhã, e necessitávamos de um pequeno autocolante provido do médico de serviço para viabilizar o verberte correspondente a tal ocorrência. Prontamente e de uma forma arrogante foi-nos negado tal provimento pelo médico de serviço. Arrogância deste homem contrastava com azáfama da enfermeira a atender o paciente, é evidente para quem conhece este tipo de profissional de saúde, que ele nem "tocou" no paciente.
Dirigimos-nos ao administrativo de serviço a questionar a obrigatoriedade de tal provimento. Ele confirmou tal suspeita. Ao questionar o porquê da negação desta obrigatoriedade, ele, o administrativo, respondeu que a atitude do médico era normal! E que a arrogância do médico e a teimosia eram uma marca de água no seu serviço e era melhor esquecer. Nada de especial.
De retorno ao Quartel o meu colega,um estudante de medicina, vociferava:São estes médicos que dão a nefasta fama à classe e ao serviço de saúde, médicos formados na secretaria no reboliço do vinte cinco de Abril.
Para quando uma responsabilização real dos seus actos? Para quando uma separação entre os profissionais de saúde, e não só, na sua área de actuação profissional (público ou privado e nunca público e privado)? Para quando um sistema de avaliação qualitativa que servisse para punir os maus profissionais? Para quando o fim das prerrogativas desiguais relativas à classe profissional médica? Para quando a liberdade de cursar em qualquer curso onde a restrição seja feita no mercado de trabalho (a jusante) e não ao contrário? Para quando uma actuação profissional condizente a funcionário público e não a atitude actual de superioridade perante o serviço público?
Tens toda a razão Marco. As pessoas têm o direito de reclamar uma saúde de qualidade e acima de tudo um atendimento correcto por parte dos clínicos em serviço, que são pagos principescamente por todos nós, para realizarem a sua função. Infelizmente, o caso triste deste médico não é caso único no país. E àquela hora, presumo que o referido clínico estava em horário nocturno e na urgência e por isso os honorários que lhe são pagos pelo Estado à hora, são muito maiores. Mas o mais grave é que se calhar o referido médico estava cansado, porque durante a tarde esteve a efectuar Medicina privada, bem ao lado no seu Consultório. É esta promiscuidade que eu gostaria que o nosso Vítor Pimenta denunciasse também, ele que é tão rápido e incisivo a criticar e a "censurar", entre aspas claro, a luta que os professores portugueses estão a travar contra um Governo prepotente e autista, pela defesa da sua dignidade profissional. Abraço.
ResponderEliminarAmigos, ainda não perceberam que os Médicos têm o monopólio disto tudo? Vejam a história, sempre que um governo/ministro tenta mudar alguma coisa, cai ou é posto de lado, ninguém consegue mexer no núclio, e porquê? porque eles têm a "faca e o queijo na mão", há sempre e infelismente alguém a precisar deles, por isso fazem o que fazem.
ResponderEliminarEm Cabeceiras já houve bons Médicos mas, foram "corridos" porque faziam sombra a alguém.
Caro Eduardo,
ResponderEliminarEste é o estado de coisas e pormenores que deve mudar. Ao começar pela mentalidade.
Gostaria de ouvir a "opinião" "oficial" do Vítor, suspeito de uma parcialização da opinião, mas não a podemos a condenar à priori. Esperarei.
Caro anónimo, tens razão sobre uma certa impunidade desta classe e relutância em certas políticas que não lhes agrade, acontece também em outras classes profissionais.
Abraços.
Abraços
Meu caro Eduardo, andas distraído, já me fartei de denunciar estas incompetências em vários posts: é só procurar:
ResponderEliminarhttp://malmaior.blogspot.com/search?q=hospitalzinho
ou aqui
http://malmaior.blogspot.com/2007/09/o-penetra-no-congresso-do-sexo-para-alm.html
Infelizmente o Basto publicou um post meu sobre saúde, sem conteúdo nenhum e que se limitava a aconselhar uma reportagem da RTP.