04 março 2008

Vozes de Basto (III)

O conceito do direito a manifestar a sua opinião livremente parece estar um pouco deturpado na militância política em Cebeceiras de Basto. Os partidos só têm a ganhar com a pluralidade de opiniões interna. A pluralidade de opiniões, inevitavelmente, implica a divergência e a crítica construtiva, que muito contribuem para a solidificação e validação da opinião partidária. É evidente que esta "liberdade" provoque algumas reacções negativas, derivantes de facções e/ou singulares que visualizam nesta atitude ou modo de estar uma séria ameaça à sua visão retrógrada e interesseira de estar politicamente.

Tenho assistido várias vezes a críticas, algumas pejorativas, ao direito de opinião livre sobre políticas e acções, efectuadas pelo executivo camarário e Partido Socialista, ao Vítor Pimenta. Estas críticas têm a sua génese na militância política dele. Isto é inaceitável. Um partido definha ideologicamente e em qualidade com a homogeneidade de opiniões. Criar uma autocracia de opiniões com militantes acríticos e monocórdicos num partido democrático é uma contradição. Meus caros criticadores, desejo (não é uma ironia) e a sociedade necessita que evoluam como indivíduos pensantes e respeitem a Democracia que não "vive" sem o direito de manifestar livremente a sua opinião, seja dentro ou fora de alguma associação política.

6 comentários:

  1. Marco se calhar ainda és muito novo mas...

    Ninguém duvida que a pluralidade é uma mais valia na construção de uma ideologia partidária. Porém há espaços dentro do partido para que se discutam essas ideias e se ponha em prática a pluralidade. Questões de foro interno deve ser tratado internamente. Tudo o resto serve apenas para desestabilizar e criar (falsas)fraquezas.

    Nada contra as criticas, tudo contra o modo como são feitas.

    ResponderEliminar
  2. Pois meu caro anónimo, e desde já agradeço o panagerico ao Marco, as críticas que faço entendo-as, na minha miudeza, como Vital Moreira ou Manuel Alegre as faz. O problema é que os anónimos do internamente, caem sempre na esparrela e acabam por meter os pés pelas mãos sempre que comentam. Sinceramente, mais depressa mandava calar os anónimos (que se dizem do PS, e que nisto até me custa a crer) por tanta besteira que dizem quando se precipitam em censurar os meus pequenos nadas.

    ResponderEliminar
  3. o anonimato é a capa da cobardia...eu não duvido muitas vezes de quem escreve nalguns blogues, contudo, toda a gente minimamente atenta sabe que actualmente em cabeceiras se vive um ambiente esquizofrénico e limitador de liberdades e até de opiniões, leiam só o artigo "Vozes de Basto" e reparem que até quem foi literalmente sensurado pelo jornal da situação, põe em causa as pessoas mais audazes que possam querer dar a cara por uma solução nova para o concelho. porque para algumas pessoas se não forem eles também não poderá ser mais ninguém. isto para dizer que até os que se dizem mais livres e independentes têm tiques de altruismo inaceitável tipo o autor do respectivo texto. contudo, certos anónimos são pessoas sem qualquer credibilidade, e muitas vezes instruidos para responder ou atacar que se lembre de ter uma opinião diferente e o Victor sabe perfeitamente que o PS funciona um pouco assim em cabeceiras. certamente não será o PS dele nem o meu, nem o de Alegre ou outros, por isso vos deixo um desafio: quem terá a coragem de defrontar Barreto nas proximas autárquicas e rumar via 2013?

    ResponderEliminar
  4. Só uma resalva: eu não quis dizer que o autor do texto Vozes de basto" é anonimo, não, está devidamente identificado e daí a minha desilusão quanto à forma pessimista e retrogada de um pensador que eu, segundo o que já li dele no outro jornal destas terras #O Basto", fiquei desapontado com o autor.

    ResponderEliminar
  5. A juventude não pode ser confundida com ingenuidade. Provavelmente, a juventude leva-nos, em algumas vezes, a retratar de um modo genuíno aquilo que, com idade e as vicissitudes, não conseguem/querem ver.

    Tem razão caro anónimo quando diz que políticas de foro interno devem, na maioria dos casos serem discutidos exclusivamente dentro do partido.

    Mas neste caso, o Vítor critica, por vezes, as políticas do executivo camarário e políticas generalistas do Partido Socialista e para mim legitimas e pertinentes de discutir no foro externo do Partido tendo o ónus de ser acusado como dissidente e falso partidário.

    Uma das causas de um grande afastamento da vida política por parte dos cidadãos são este tipo de críticas e a intransigência vivida dentro dos partidos. Se querem ser credibilizados têm de ser abrir ao diálogo interno e externo. Porquê que a discussão de uma linha ideológica orientadora não poderá ser discutida internamente (militantes) e externamente com os simpatizantes e os eleitores?

    E respondendo à questão do sr. Ferreira: A coragem política só pode ser valorizada com propostas evolutivas e políticas condizentes com que o eleitorado necessita, i.e., o inverso do que tem sido a política até hoje. O cidadão comum quer políticos sinceros e realistas sem os embustes fustigantes da demagogia e sentirem que eles irão mudar e evoluir positivamente. Poderão chamar-me idealista e politicamente ingénuo mas o eleitorado e o cidadão comum quer uma renovação política, desde que credível, dentro e fora dos partidos políticos. E, para mim, o corajoso adversário do Sr. Barreto será quem conseguir aliar estes desejos.

    ResponderEliminar
  6. Caro anónimo, explique-me uma situação? que discussão política existe neste momento no interior do PS? O senhor sabe o que se discute? Sabe o que se debate? Eu também não. E digo-lhe uma coisa. Admiro o espírito voluntarista e a irreverência do Vítor Pimenta, mas a prosseguir este caminho de qustionar ( legitimamente) posturas e opções políticas concelhias, não lhe auguro muitos mais anos como militante do PS. Vai começar a sentir isolamento, "virar de cara ao lado" por parte de "camaradas" e finalmente hostilização frontal, que é o que acontece a todos os que pedem mais discussão, diálogo e debate interno no PS/local.

    ResponderEliminar