30 maio 2008

Um voto de acreditar

No período onde as políticas ou um conjunto de implementações que bajulem o neoliberalismo denunciam as nefastas consequências sociais e económicas que se vive, parece óbvio, que a crise actual, descredibiliza qualquer política deste cariz ideológico a implementar no futuro.

O Estado, uma instituição bem mais lata do que o Estado-providência, necessita de se fortalecer em medidas e acções. Como não acredito na geração espontânea na política, espero que sejam os cidadãos a impor, através das suas reivindicações e necessidades, o alinhamento político focado nestas problemáticas. Porque a História é uma profecia do futuro, convém lembrar que o comodismo em muito negligenciou o nosso País. Nos tempos que correm as crises económicas têm, por omissão, o papel denunciante de apurar as deficiências ideológicas, sociais, políticas e económicas num dado tempo. Ora, basta-nos olhar para que acontece actualmente, a todos os estratos da vivência social, para consciencializar que algo correu e corre mal. São as obliterações do papel do Estado, a falta de responsabilidade de quem, com a bandeira da causa-comum, corrompe e se deixa corromper, a responsabilidade nunca atribuída, a impunidade de alguns e a punição injusta de muitos, que muito contribuem para a situação actual.

Como já referi anteriormente, convém analisar os factos e avaliar o alinhamento político nas medidas governativas. É com o cidadão que está a mudança. A quebra das amarras, se algo está mal têm-se que mudar. Conformar com o inconformável é que não.

Vivo de ideais. Só assim consigo encarar o futuro de tudo o que gira a minha existência nesta sociedade, neste País. Acredito que nada é imutável. E que, também, nada se modifica e dinamiza sem o princípio de acreditar e querer. A nível político acredito num conjunto de princípios sócio-políticos que visem a implementação da igualdade perante a lei e a sociedade. Todos nascemos livres e iguais e com o direito à livre determinação e à diferença na nossa existência.

Como acredito na existência, na política, quem queira mudar e corrigir certos erros que, de uma forma constante, tem assolado o País, a minha crença na construção de um País melhor, dinamizador e desenvolvido recai sobre um partido com o qual tenho afinidades ideológicas e penso possuírem propostas de mudança sustentáveis e exequíveis. Este partido, ou melhor este conjunto de ideias e ideais consubstanciados em várias correntes de opiniões, intitula-se de Bloco de Esquerda. Acredito nele. E com ele penso existir uma réstia de esperança em que algo mude para melhor. Mas isto é apenas a minha mais singela opinião.

Cada um como cada qual. Espero que reflictam com que se passa à nossa volta, analisem os factos e as razões, ponderem e escolham qual o modelo político mais credível, mais congruente com os vossos ideais, mais idóneo. Mas que não se conformem e tenham a consciência de que a nossa palavra, embora singular e anónima, contribui e é essencial para a mudança. A mudança que o País necessita.

2 comentários:

  1. Marco Gomes pese algumas discordâncias pontuais também me parece que o Bloco é o partido onde residem as esperanças de construir um projecto sério de alternativa ao neoliberalismo económico, social e político que apenas tem carregado mais desemprego, instabilidade nas família, injustiça e desigualdades económicas e sociais. Mas exigente como devemos ser o BE não pode ser um fim, mas mais um instrumento do combate político, para construir um país mais justo e mais digno. Parabéns pela forma inteligente, responsável, serena, construtiva, como intervéns na construção de uma cidadania de exigência, rigor e responsabilidade cidadã. Bem-hajas!

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  2. Caro Fernando, compactuo com a sua visão política. Um partido não pode, nem deve (como a maioria pretende transparecer) ser um fim.

    Pelas características que o BE possui ,a sua confluência de ideias e ideais atrai-me. Penso que o BE é, em pequena escala, uma reunião de afectos à esquerda em Portugal. Há quem prefira ignorar, mas o sua crescente (natural) popularidade tem irritado alguns seres não habituados a este tipo de conjunção política.

    Obrigado pelas palavras, eles me dizem muito. Bem-Hajas.

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