«"A política é a sombra dos grandes negócios sobre a sociedade", concluiu o maior filósofo norte-americano do século XX, John Dewey, e assim continuará a ser, enquanto o poder consistir "nos negócios para benefício privado através do controlo privado da banca, das terras e da indústria, reforçados pelo controlo da imprensa, dos jornalistas e de outros meios de publicidade e propaganda."
Os EUA têm efectivamente um sistema de um só partido, o partido dos negócios, com duas facções, republicanos e democratas. Há diferenças entre eles. No seu estudo "A Democracia Desigual: a Economia Política da Nova Era de Ouro", Larry Bartels mostra que durante as últimas seis décadas "os rendimentos reais das famílias de classe média cresceram duas vezes mais rápido sob administrações democratas que republicanas, enquanto os rendimentos reais das famílias pobres da classe trabalhadora cresceram seis vezes mais rápido sob os democratas que sob os republicanos".
Essas diferenças também podem ser detectadas nestas eleições. Os eleitores deveriam tê-las em conta, mas sem ter ilusões sobre os partidos políticos, e reconhecendo que, nos últimos séculos, a legislação progressista e de bem-estar social sempre foi conquista das lutas populares, nunca oferta dos de cima.
Estas lutas seguem ciclos de êxitos e de retrocessos. Hão de ser travadas a cada dia, não só a cada quatro anos, e sempre com o objectivo de criar uma sociedade genuinamente democrática, da cabine de voto ao posto de trabalho. »
Estas e outras considerações no Esquerda.net sobre a "sombra dos negócios" e os "grandes negócios", de quem é para mim um dos maiores pensadores da actualidade: Noam Chomsky.
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