05 dezembro 2008

Derrapar ao som da música e crescer (economicamente) como um banco

Pouco há como a administração pública portuguesa para nos sentirmos deslocados e impotentes. Ela, quase, imaginem só, está ao mesmo nível sentimental do imbróglio bancário e os seus roubos mediatizados. Veja-se o despesismo administrativo. A Casa da Música (no Porto), este elefante branco de beleza estonteante (como qualquer elefante), consegue uma proeza negra: Do custo total da obra, dos cerca de 111 milhões de euros, 77 milhões do milionário bolo derivam de "derrapagens" financeiras. São 77 milhões de euros potencialmente poupáveis, ou seja, este empreendimento poderia ser 77 milhões de euros mais barato. Se, pois claro, a nossa instituição pública fosse o que não é.

Tal como o imbróglio bancário, e não me querendo armar em agente persecutório, os responsáveis por este atentado económico, refugiam-se na impunidade virtual que aparenta dar um cargo público de "alto gabarito". Depois, não estranhemos que isto aconteça: «Desapareceram contratos e documentos sobre a construção da Casa da Música»

1 comentário:

  1. ÚLTIMA HORA

    Com os olhos esbugalhados pelo seu próprio desespero, Mário Nogueira veio aos gulosos tele-jornais dar conta de um baixar da guarda por parte do MEducação.

    Veio contar que tinha desmarcado as greves regionais visto que o ME teria entregue os pontos e aceitado colocar sobre a mesa de negociações tudo e mais alguma cloisa.

    Mário Nogueira foi longe demais e declarou expressamente que o Ministério teria mesmo aceite discutir com a Plataforma, o Estatuto da Carreira Docente a par de, pelos vistos, poder até suspender a Avaliação dos professores.

    Nada mais falso!

    Estou em condições de avançar que o ME acaba de fazer sair um comunicado esclarecedor.


    COMUNICADO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
    21:00h, 5 de Dezembro de 2008

    1 – Chegou hoje ao fim o processo de negociação das medidas tomadas pelo Governo no dia 20 de Novembro para facilitar a avaliação do desempenho dos professores.
    2 – Os sindicatos, neste processo, não apresentaram qualquer alternativa ou pedido de negociação suplementar, pelo que o ME dá por concluídas as negociações, prosseguindo a aprovação dos respectivos instrumentos legais.
    3 – O ME, mantendo a abertura de sempre, respondeu positivamente à vontade dos sindicatos, expressa publicamente, de realização de uma reunião sem pré-condições, isto é, sem exigência de suspensão da avaliação até aqui colocada pelos sindicatos. Foi por isso agendada uma reunião para o dia 15 de Dezembro, com agenda aberta.
    4 – Os sindicatos foram informados que o ME não suspenderá a avaliação de desempenho que prossegue em todas as escolas nos termos em que tem vindo a ser desenvolvida.

    A falta de vergonha e o oportunismo não têm limites!
    Mas em que mãos se foram meter estes professores...

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