27 abril 2009

A César o que é de César, a Deus o que é de Deus ou, mais prosaicamente, cada macaco a seu galho

«O nosso Estado convive mal com a Igreja e com a santidade» in [JN]

Nesta entrevista é exposto o seguinte conjunto de palavras: «O cardeal patriarca de Lisboa admite, contudo, o valor de Nuno Álvares Pereira enquanto guerreiro, até porque soube "sê-lo com critérios cristãos", impedindo "violências escusadas" e abusos dos soldados». Não querendo argumentar em terreno alheio mas se a Igreja funcionar como um Estado então, pretensamente, será regido por uma constituição o que no caso religioso se poderá, a grosso modo, comparar com os «Mandamentos de Deus». Ora, uma destas regras dogmáticas (ou constitucionais na nossa laicidade estatal) será «Não matarás». Uma regra interessante e deveras humanista.

Portanto, tentar explicar a santidade de um guerreiro afirmado que este soube impedir «violências escusadas» é uma incongruência constitucional (dogmática). Isto leva-me a acreditar que no círculo religioso haja violências que sejam necessárias e que estas se incluam no regulamento interno dos que matam com «critérios cristãos». Gostaria que quem fosse mais iluminado nas leis de deus e eclesiásticas tentasse explicar-me como se guerreia com «critérios cristãos»? Certamente, não será com a difusão do respeito mútuo e da constituição de deus.

Depois digam que o Estado "dá-se mal" com a Igreja e com a sua "santidade".

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