Sendo verdade que em rigor o Estado de Israel não seja uma teocracia (possui um regime democrático) também é válido pensar que continua a fundamentar tanto a sua política como as suas acções em pressupostos religiosos. Não é displicente, que o governo actual (uma coligação entre a direita e a extrema-direita), como outros anteriores governos, enfatizam a sua "religosidade" (embora a sociedade israelita não seja a cópia dos usos e costumes dos seus governantes) nas relações políticas. Há quem afirme que esta é a verdadeira causa para o conflito territorial naquela zona: um Estado falsamente laico e o fervor religioso que ultrapassa os meandros da discussão teológica. Em suma são livros e palavras (sagradas) que outrora delimitaram áreas (podemos considerar também o factor histórico do povo semita). Num mundo, surreal, estas questões seriam discutidas por eclesiásticos e teólogos deixando as quezílias religiosas no antro do estudo. Mas não é isto que acontece e, naquela zona, os objectivos da política se confundem com os objectivos da religião.
Sobre esta evidência há um exemplo recente: a abertura (forçada pelos EUA) em relação ao Estado Palestiniano.
No conjunto de condições basilares para um futuro acordo entre as partes destaco uma condição que exige o reconhecimento dos palestinianos do Estado judaico e, não, do Estado israelita (como um Estado democrático e laico deveria se denominar). Pormenores que ditam a diferença.
post scriptum: no contexto das exigências pedidas por Benjamin Netanyahu, o Estado judaico exige que o território concedido (e não devolvido é a pureza das palavras) aos palestinianos não possuirá um exército, não terá o controlo do espaço aéreo, não permitirá entrada de armas, nem a possibilidade de estabelecer alianças com o Irão ou com o Hezbollah", o movimento xiita libanês. Tenderia a concordar com ele se este estímulo pacifista também se estendesse a Israel.
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