05 setembro 2009

Albufeira do Torrão, uma situação do futuro

A albufeira do Torrão, uma coisa nascida da barragem do Torrão - a única barragem no curso do rio Tâmega- , abarca um manto verde de poluição e estagnação. Realço a cor dominante de uma água pestilenta e pastosa que predomina nas margens e na albufeira do Torrão. As causas para este tom esverdeado nas polutas águas do Tâmega são imensas. Porém, domina como causa o enriquecimento nutritivo desmedido (devido à poluição) e a estagnação da água (o natural correr da água é um processo intemporal de purificação da mesma). A situação já fora identificada contudo nada se faz. A poluição continua e o tratamento é parcial e desfasado, porque as ETAR ou estão ultrapassadas tecnicamente ou não funcionam.

No entanto, há uma reflexão a impor: se na única albufeira artificial (como consequência da existência de uma barragem artificial) é evidente o estrago ambiental, num hipotético futuro, com a apregoada albufeira do Tâmega (como resultado da construção de mais cinco barragens no rio Tâmega teremos, em grosso modo, uma albufeira desde de Chaves até Amarante) teríamos uma extrapolação deste estrago ambiental. Se actualmente as águas já vêm com um considerável grau de poluição do outro lado da raia portuguesa, se a taxa de cobertura de saneamento básico é baixa e as estações de tratamento destes resíduos estão desactualizadas ou, simplesmente, paradas na região onde atravessa o rio (Amarante-Terras de Basto-Chaves) é facilmente constatável que com a estagnação do rio, devido à construção das cinco barragens, teremos o fenómeno da eutrofização estendido desde do Torrão a Chaves. Em suma, um horripilante rio de tom esverdeado a servir de matéria prima a interesses e interesseiros.

Para aqueles que consideram que o processo de construção das cinco barragens é algo inevitável(perante a lei este processo é evitável) -devido ao poder dos promotores destes projectos- lembro-os do que foi dito numa conferência em Cabeceiras de Basto dada por alguns administradores da EDP: «A EDP não se responsabiliza pela qualidade da água, embora seja sensível a este assunto, pois, o INAG e as autarquias são as instituições legalmente responsáveis por esta supervisão». Palavras, francamente esclarecedoras, que pautam o evitável atropelo ambiental que será a construção de mais barragens no rio Tâmega.

Ler ainda: «O Rio Tâmega a jusante de Amarante em Agosto de 2009», por José Emanuel Queirós

ver ainda:

5 comentários:

  1. Extraordinário trabalho de pesquisa e opinião da Comunidade.

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  2. A importância dos nossos rios: Rio Tâmega
    O dimensionamento de obras hidráulicas, como as barragens, deve antes de mais, considerar, um estudo histórico-geográfico do ordenamento das áreas ribeirinhas. Referimo-nos ao conhecimento exaustivo dos habitats nas suas margens tendo em consideração as necessidades e bem-estar das populações em planícies de inundação.
    O benefício das grandes obras hidraúlicas para os habitantes de uma determinada área é reduzido ou mesmo nehum e ambientalmente não compensa.
    Porquê não estudarmos outras formas de criar energia sem colocar em causa o meu ambiente, nomeadamente os ribeirinhos! Qual o papel das faculdades Portuguesas na descoberta científica de novas formas de gerir estas situações, criando formas eficazes de produzir energia para deixarmos os rios "seguir o seu percurso natural"! Que trabalhos suas excelências têm publicados e postos em prática! Juntos fazemos muito, sós será difícil.
    Com a construções das barragens os riscos hidrológicos serão maiores para as populações ribeirinhas e ninguém tomará essa responsabilidade.

    Escrito por Glória Gonçalves (Mestre em Riscos, Cidades e Ordenamento do Território e Engª do Ambiente).

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  3. Cara Glória,

    Normalmente, os estudos das empresas concessionárias não costumam focar nas desvantagens que os futuros empreendimentos terão nos habitantes "atingidos". Do que eu conheço sobre o "Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico" o que referiu não está ou não é devidamente realçado no estudo.

    Embora o projecto hidroeléctrico para o Tâmega esteja ainda em fase de estudo de impacte ambiental, portanto resultados "oficiais" das análises dos especialistas contratados pelas concessionárias, é evidente o perigo biológico da estagnação e degradação da qualidade das águas do Tâmega (só com o conhecimento empírico da Albufeiro do Torrão). Veremos se será determinante para o cancelamento deste desastre. Numa sociedade consciente, bastaria.

    Outrora, no plano de ordenamento do território de uma cidade, era comum "desviar" o curso natural de um rio para satisfazer as necessidades estéticas ou práticas da área, contudo (devida às experiências das cheias e de poluição) os arquitectos paisagistas preferem agora construir integrando os rios (no seu curso natural). Evoluiu-se.

    Espero que a sociedade e os governantes se sensibilizem-se perante esta ameaça (as barragens) para o rio e para as populações.

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