31 janeiro 2010

«Inquinar» o vale e o rio Tâmega num só acto, veja como

katarina

No passado dia 27 de Janeiro discutiu-se na Assembleia da República o Programa Nacional de Barragens (PNBEPH). Sobre a proposta dos "Verdes" (que consistia em suspender imediatamente este malogrado programa) e sobre a proposta do Bloco de Esquerda (excluir do programa as enormidades de Tua e Fridão), o pacto de regime (assistido na aprovação do Orçamento de Estado para 2010) verificou-se nesta matéria: PS, PSD e CDS-PP rejeitaram a "negação" a este programa nacional. Como bons democratas aludiram o superior interesse de Portugal, e a outros subterfúgios de terceira, para anuir a esta barbárie ambiental a que se chama PNBEPH. Contrariaram-se ao recusar a suspensão deste programa e anuíram a um projecto que se centra no interesse superior de alguns à custa, e repito, à custa do interesse de todos os cidadãos de Portugal.

Neste pesadelo democrático assistimos a performances curiosas. Reparámos-nos com uma bancada do CDS-PP a anunciar a forma mercenária e atabalhoada como este governo dirigiu o programa (vendendo as barragens, antes dos estudos de impactes ambientais) mas, no concreto, na altura de votar a sua suspensão renegaram-na.

A bancada do Partido Socialista, qual extensão do governo, tudo fez para realçar os benefícios deste programa (esquecendo-se, com propósito, que os benefícios só podem ser suficientemente justificados com apresentação dos seus contras). De notar, a falta do líder parlamentar do PS, Francisco Assis, a esta sessão. Seria interessante confrontar Francisco Assis com os malefícios destas barragens. Estando ele, outrora, contra a construção de barragens no Tâmega, certamente teria dado um triste actuação ao negar hoje o que outrora afirmara. Suponho.

Em conclusão: eu pouco acreditava (há sempre uma réstia de esperança, triste sina humana) que a Assembleia da República ouvisse e escutasse com a atenção devida o problema das barragens no Tâmega e no país. À excepção do partido " Os Verdes" (actuação e trabalho meritório) e o Bloco de Esquerda (curiosamente, são sempre os pequenos a ouvir as vozes dos calados), todos os outros comportaram-se com nos têm acusticamente habituado: reféns dos seus e de mais uns poucos (mas fortes) interesses. Nada de especial, é o sistema estúpido.

3 comentários:

  1. O cheque que as empresas de electricidade passaram ao estado Português, endossado ao governo P.S, como adiantamento pela compra do rio Tãmega ( entre outros) acabou, por ser "visado" pela maioria de merda !
    uns com argumentos falaciosos (os deputados do P.S. e do PSD que falaram); outros vestindo a pele de cordeiro em corpo de lobo ( CDS); outros, fujindo ao debate para que o outrora verdade não fosse hoje mentira, unidos na decisão, acabaram de vender o "corpo e alma" de uma região.
    Eu, continuando estúpido apesar do quase meio século de idade, ainda tinha uma pequenina esperança: triste sina ( como bem dizes).
    Resta-me a consolação de poder dizer : eu não vendi o rio e o vale ( a minha quota parte) da minha terra; eu não me identifico com quem trata a "coisa pública" como quem vende mercadoria; eu serei, mais céptico ainda, se possível for, em relação a todos estes gajos que representam, pelos vistos, a maioria dos eleitores do meu País;
    estou desolado !, mas já devia ter "juízo" para não ter mais decepções.
    Alfredo Pinto Coelho

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  2. Grande Alfredo, grande compadre, grande Mondinense.

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