11 março 2010

Associações

Tem tanto de interessante como de pertinente a discussão lançada pelo Vítor, embora foque um exemplo particular, o assunto ali discutido alude a alguns dos principais problemas do associativismo em Cabeceiras de Basto. Há uma clara interferência do poder político na gestão e na constituição da maioria das associações. Segue uma escala. Quanto mais ampla é a área de intervenção e maior é o número de pessoas, relacionadas directa e indirectamente com a associação, maior é o grau de interferência política. Entenda-se "interferência política", neste contexto, como o acto ou conjunto de actos que um partido através da sua representação política numa entidade pública (e.g. Câmara Municipal, Junta de Freguesia etc.) usa os recursos desta entidade para "controlar" politicamente estas associações. O objectivo é claro: votos e poder. Além de ser algo que a maioria dos cabeceirenses reconhece, aceitam-no passivamente. É um facto. Mesmo reprovando, aceitam-no. Esquecem-se, ou menosprezem o facto, que o uso fundos e recursos públicos para atingir certos fins partidários e pessoais é um acto ilegal e criminal e que o funcionário público (independentemente da sua posição hierárquica) é, antes de mais, um servente da coisa pública. Ou seja, alguém que deve servir a todos nós e não se servir de nós.

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