28 abril 2010

Reflexões sobre o dinheiro

Outrora trocavasse arroz por milho, vacas por galinhas, casas por terrenos..., etc. Os negócios eram feitos às claras, na hora, em acordo mútuo entre partes. Depois, inventou-se o dinheiro em forma de moedas de metais valiosos, com o intuito de facilitar as relações comerciais e a actividade mercantil. Mais tarde, o dinheiro passou a papel, sempre numa base de compra e venda de valores materiais. Depois, inventou-se a banca, a bolsa, as acções, os créditos, os spreads, as taxas de juro e, a merda toda que o tornaram naquilo que ele hoje é, um valor virtual complicado, ou complicadex, cheio de nuances muitos boas para enganar pobres, remediados e tontos, como também para enriquecer ricos e chicos-espertos.

Mas ele não tem valor nenhum, ele não compra o amor, nem a solidariedade, nem a amizade, nem a honestidade, nem os nobres valores da anti-matéria. O espírito não se compra, apenas pode ser influenciado. O dinheiro é hoje um valor predominantemente electrónico, quase não se vê. Está em cartões de crédito, nos computadores, em agências de rating, em tabelas bolsistas, a circular em fibras ópticas...,etc. O próprio está a deixar de ser matéria para ser tornar num número abstracto, para se diluir e confundir com a anti-matéria, mas, o dinheiro só pode comprar os valores da matéria. Infelizmente esses valores influenciam a anti-matéria, o espírito, e, esta influência está associada a outros valores menos nobres como: a ganância, a ambição desmedida, o oprtunismo, a burla..., que o dinheiro fez o favor de exacerbar ao longo de séculos, não pelo seu valor, mas antes pelo valor que a humanidade lhe deu.

Ele é mentiroso e injusto, não vale o mesmo nas mesmas circunstâncias, e pior, por vezes não vale nada quando devia valer muito, e vale muito quando não devia valer nada. Sabem porquê? Por que foi inventado pela humanidade, isso já diz alguma coisa. E por que foi alterado no seu valor, por outros homens sem valores, isso já diz tudo. Nós já vivemos na idade da pedra, hoje vivemos na idade do dinheiro. É ele que mexe com o Mundo, ele está a destruí-lo, ele guarnece os humanos de impurezas de espírito. Citando e parafraseando o Vítor e o Marco, se é isto a União europeia e se foi para isto que se criou a moeda única, então - "(...) que vão todos para a grande puta que os pariu". Tenho saudades do cifrão, do escudo ($$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$), sempre tinha um valor mais justo e honesto.

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