«Para a União Nacional dos comentadores e economistas do bloco central são estes os responsáveis pelo estado em que estamos: os funcionários públicos; os trabalhadores supostamente protegidos pelas nossas leis laborais; os cidadãos em geral, que vivem endividados e acima das suas possibilidades; o excesso de peso do Estado; e o excesso de impostos para a classe média-alta.
Repare o leitor que entre os responsáveis nunca está a banca, que além de nos ter enfiado nesta crise e ter sido salva pelos nossos impostos ainda paga menos ao fisco que todas as restantes empresas. Nunca está a elite económica constituída por meia dúzia de famílias que têm o Estado como refém dos seus negócios e os partidos como reféns da sua vontade. Nunca estão dos gestores mais bem pagos da Europa no País com o salário médio mais baixos da Europa.
Repare o leitor que por uma qualquer coincidência nunca estão, entre os responsáveis pelo estado em que estamos, quem realmente tem poder neste País. Não espanta. É muito radical ser “politicamente incorrecto”. Mas é preciso olhar bem para o chão que se pisa. Não consta que com a simpatia de funcionários públicos, professores, sindicalistas, desempregados, beneficiários do Rendimento Social de Inserção ou trabalhadores menos abonados se arranjem e se mantenham bons empregos. Há que dizer e escrever coisas chocantes, mas sem chocar as pessoas erradas.(...)»
22 maio 2010
O que não se ouve e lê nos principais meios de opinião
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