Numa recente notícia do jornal "O Basto", era apresentada, com dados do INE e referentes ao ano de 2007, uma lista dos concelhos portugueses com o menor índice de poder de compra per capita. Ora, sem qualquer surpresa, pois já existiam dados anteriores que comprovavam, os concelhos da região "apenas-na-memória" de Basto apareciam nos últimos lugares -bem entendido, a lista fora apresentada em ordem decrescente.
O concelho de Ribeira de Pena aparece em penúltimo lugar, Celorico de Basto em quarto, Mondim de Basto em décimo quinto e Cabeceiras de Basto no trigésimo lugar. Excepto o concelho de Basto (com 51,83%), a região de Basto apresenta menos de metade do poder de compra concelhio da média portuguesa. Os lugares cimeiros são óbvios. Os outros também. Porém, reflectindo um pouco estes dados, nota-se que estes comprovam a real assimetria entre o literal e o interior, entre o Sul e o Norte. Assimetrias, estas, sustentadas e até subsidiadas, pela centralidade dos investimentos, apoios estatais e estruturas de administração pública. Notório e inquietante.
Na região de Basto, os factores externos (as causas atrás anunciadas) não explicam tudo -como é óbvio. Uma das causas poderá ser a interna falta de um grito comum por todos os poderes políticos. Os governantes de Basto deveriam, na minha opinião, ter concertado posições em torno de questões comuns. A falta de investimento estatal nesta região (no conjunto dos quatro concelhos, pois, em boa verdade, Cabeceiras de Basto, nesta questão, e nos últimos anos, é uma excepção), o não cumprimento de promessas estatais (e.g. a via do Tâmega), na questão do que reserva o plano nacional de barragens (três concelhos tiveram uma posição conjunta menos Ribeira de Pena) para esta região, a questão das portagens na A7, são alguns exemplos onde uma posição conjunta e consensual era bem vista e apreciada. O empobrecimento, ou a continuação da pobreza, não nasce aí. É certo. Mas a falta de medidas conjuntas ajudou.
Esta falta de concertação é evidente e não de agora. Perdem os concelhos. Imaginem, se a voz dos governantes se unissem para repudiar o abandono estatal (o fecho de escolas e outras instâncias da administração pública), repudiar as quatro barragens destinadas a Basto, repudiar a o assassínio da linha ferroviária do Tâmega e exigissem a "isenção" das portagens da A7. Se estes governantes se concertassem e efectuassem planos de desenvolvimento (turísticos, económicos, sociais etc.) em comum para toda uma região? Certo, que nada disto é fácil mas não perderiam rigorosamente nada se se tentassem.
Infelizmente, somos de uma pobreza franciscana em termos de poder de compra per capita, à imagem de Portugal, qd comparado com outros países da união europeia. Ora o cenário agrava-se quando temos autarcas que só se unem por interesses, senão veja-se o que aconteceu qd pediram contrapartidas pela construção da barragem fridão. Foram a correr para braga dar uma conferência de imprensa, para o Barreto, ao centro, ter os seus 5 minutos de glória, como a querer dizer, "eu é que sou o cabeça da região de basto". O que é certo, é que meses passados sobre essa operação de charme, o que se sabe é que afinal já n é o Estado que vai cumprir o protocolo da via do têmega, assinado em 1984, nomeadamente na ligação a Mondim. Será a EDP, que de resto, já pagou essa obra ao Estado. Veremos quando arrancam. Ora isto, poderá ter comprometido definitivamente a ligação de Celorico ao Arco, pois n estou a ver a EDP a fazer o que falta. Portanto, um rotundo falhanço é como poderemos interpretar a tal conferência de imprensa e união dos 3 cavaleiros do Apocalipse. Afinal, o que é que Cabeceiras e Celorico terão como contrapartidas da Barragem? Resposta. Zero. Nem aqui, estes senhores souberam estar ao lado das populações. Tentaram apenas disfarçar que estavam ao lado dos cidadãos, para n parecer mal.
ResponderEliminarColoquei um link do blog de V.ª Ex.ª no meu, espero que não me leve muito a mal!
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