22 outubro 2007

Estado político de Cabeceiras de Basto (II)

Como se resolveria o problema do actual estado político Cabeceirense?

Existe claramente uma necessidade premente e asfixiante de existir algo que contra-balanceie o poder instituído. Não digo isto de uma forma destrutiva. Pelo contrário, precisamos de equilíbrio, onde haja propostas e contra-propostas construtivas, não podemos viver num estado onde a inépcia governa, a política, que deveria ser participativa, pluralista, e demais sinónimos do construtivismo político, que advogam o intervencionismo social como forma de acompanhar/refutar/moldar as decisões políticas, tem-se tornado exactamente um antónimo de todo aquilo que é pertinente para o desenvolvimento da sociedade Cabeceirense.

Movimentos cívicos de total independência, da perniciosa oposição política, poderão preencher o hiato construtivo que falta na política Cabeceirense?

Sim, desde que estejam garantidas as suas origens isentas, que não estejam remetidas ao cliché do absentismo político, sejam pertinentes nas suas intervenções e que, principalmente, sejam a Alternativa.

8 comentários:

  1. Penso que infelizmente os "Movimentos cívicos de total independência" rapidamente seriam infestados por pessoas que sedentas de poder colocariam a isenção e independencia de parte.

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  2. Penso que não, pelo menos no seu início.
    Porque, para isso, infelizmente, mas é o que acontece em Cabeceiras, essas pessoas escolheriam outros "movimentos" com mais hipóteses de atingir os seus objectivos.

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  3. O que significa "total independência", ou "origens isentas"? Será possível encontrarmos isso em algum movimento cívico?

    Modestamente acho que isso se poderia facilmente encontrar caso se tratasse de resolver um problema específico e perfeitamente delimitado politica, espacial e temporalmente. Fora disso, seria mais um tipo de movimento em que o exercício da cidadania se viria, muito facilmente, a confundir com a actividade de qualquer movimento partidário, fragilizando-o.

    Quanto a democracia participativa (chavão recorrentemente usado para definir um conjunto de processos e dinâmicas extremamente complexos), aconselhava a leres alguma coisa, dos poucos exemplos que existem em Portugal, que é o caso da Câmara Municipal de Palmela, que põe em prática um instrumento importante para o exercício de uma democracia participativa que é a elaboração do orçamento municipal de forma participativa

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  4. Caro anónimo, obrigado pelas tuas questões pertinentes.

    Quanto à "total independência" e "origens isentas", referia-me às coacções perniciosas que envolve muitas das fundamentações de acções políticas, por parte dos partidos. Não às suas ideologias, que a grosso modo continuam a ser o melhor da essência partidária.

    Quanto ao confundir o movimento cívico com a actividade de qualquer movimento partidário.
    Penso que as finalidades de um movimento cívico pode ir mais além do que particulares problemas, podendo abranger um âmbito mais global. confundir com a actividade de qualquer movimento partidário, penso que é um assunto ambíguo no nível de interpretação. Podendo ser bom, pelo que está subjacente ao movimento e mau pelo que a realidade nos mostra.

    Quanto ao exemplo da Câmara de Palmela sobre a democracia participativa, irei investigar.
    Obrigado pela dica.

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  5. Os movimentos independentes cívicos são muitas vezes feitos por gente que passou por dentro dos aparelhos e não gostou do que viu. É a armadilha do sistema politico-partidário português e quem sai dele é sempre visto como desertor oportunista, ressabiado e sedento. Não penso que se devam ver assim.

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  6. vítor cada um come aquilo que quer. Não me parece que seja crime um conjunto de pessoas só porque fez parte de um partido político seja ele qual for, avançar com um movimento cívico, principalmente se
    as pessoas chegarem à conclusão que é impossível participarem civicamente no interior dos partidos, ou que a expressão da cidadania seja quase inexistente por questões de disciplina partidária. Considerar todos aqueles que abandonam os partidos, ressabiados, oportunistas e outros chavões do género, é uma visão francamente redutora e limitada do ponto de vista intelectual. É partir do pressuposto que os bons e os puros são aqueles que nunca pertenceram aos partidos políticos e que, quando falamos em movimentos cívicos independentes, devemos fazer a apologia e cultivar a participação de virgens e puros intelectos e só esses. Vítor é uma visão segregacionista, retrógrada e anti-democrática, porque limita gravemente a participação das pessoas. Pretender que movimentos cívicos sejam compostos por pessoas que nunca tiveram experi~encia política, é no fundo limitar a participação e a cidadania, é fazer o que os partidos políticos fazem actualmente ou seja: ou alinhas pela bitola partidária ou então estás fora.

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  7. Marco, gostaria que me explicasses como é que é possível criar "movimentos cívicos de total independência". Indica-me um que foi criado neste país? Cuidado com a ideia que se forma deste tipo de movimentos. têm que ser compostos por gente com experiência política, com uma linha de rumo e acima de tudo que se mobilizem pela terra ou pelo concelho, externamente aos partidos. O resto é absoluta paisagem! tens uma visão romântica deste tipo de movimentos, visão que se aproxima da utopia e até da anarquia. Abraço

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  8. Para a mim a política é tentativa da concretização da utopia.

    Quando digo que "movimentos cívicos de total independência", digo movimentos sem coacções nefastas, sem intrigas políticas e outros maus adjectivos políticos.

    Abraços

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