11 dezembro 2007

Que tal uma zona livre de transgénicos em Cabeceiras de Basto?

Organismos geneticamente modificados. A implementação desta técnica de manipulação de genes em solos portugueses está envolta em polémica advido a uma nebulosa legislação e pressão económica. Os aspectos positivos estão quase unicamente focados nos proveitos económicos enquanto os aspectos negativos provêm da incerteza de efeitos colaterais negativos na delicada fisiologia humana e o desafio a um dogma biológico, que é a variedade genética.

A criação de uma zona livre de produtos transgénicos em Cabeceiras de Basto é um excelente passo, embora pequeno no contexto nacional, para o incentivo/transformação da nossa agricultura, um pouco rudimentar, numa agricultura sustentável. Sendo Cabeceiras de Basto um concelho onde o sector primário é predominante esta temática é muito relevante.

As câmaras podem declarar zonas livres de transgénicos desde que esta deliberação seja apoiada por uma maioria de dois terços na Assembleia Municipal, mas só se contarem com o acordo de todos os agricultores abrangidos. Penso que além de ser o bom projecto é um projecto essencial para um futuro sustentável e preocupado com o meio onde vivemos. Mais uma vez, a inércia política deste Concelho descura este tipo de problemas essenciais para a sociedade. Não obstante às evoluções no desenvolvimento físico concelhio, temos de desenvolver ao nível consciencioso a preocupação sobre este tipo de problemáticas.

post scriptum : Vejamos, como exemplo, uns municípios minhotos nossos vizinhos que já declaram zonas livres de transgénicos. Amares, Póvoa do Lanhoso, Ponte da Barca, Terras de Bouro e Vila Verde.

4 comentários:

  1. É uma boa aposta para o concelho de Cabeceiras de Basto. Não basta construir prédios no centro de Refojos e rasgar montes para vias-rápidas....

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  2. Caro Marco

    Mas é também a pensar no ambiente que se recorre ao uso de transgénicos...não só por questões económicas, mas também ao nível da sustentabilidade ambiental.

    E acabo por achar pouco consistente esta ideia de já se falar nos produtos geneticamente modificados, quando por exemplo, continuam a morrer pessoas por não cumprirem normas de higiene e segurança no trabalho agrícola.

    A intervenção no sector agrícola, tem de começar pela base do que é o dia-a-dia na exploração agrícola. A insustentabilidade ambiental da agricultura de hoje não se deve à introdução dos OGM mas sim do (ab)uso de técnicas erradas, sem critério de rigor e adequação, devidos sobretudo à negligência no uso de produtos, nomeadamente, pesticidas fertilizantes e alfaias agrícolas.

    O tema da agricultura é complexo e vai ser a principal causa de guerra e conflitos no futuro. Continuam Todos os dias milhões de cidadãos deste Mundo que continuam sem ter que comer. A Europa está praticamente sem excedentes, a escalada do preço dos cereais tem sido vertiginosa, e não vejo ninguém publicamente contra os USA e os nossos irmãos brasileiros.

    Face a este panorama, é natural que o peso dos OGM's na agricultura Mundial vai ganhar importância, porque a necessidade assim o vai exigir.

    No futuro (e será mais breve do que todos pensamos) todos seremos chamados a desempenhar um papel importante em tudo isto.

    P.S. Quanto às questões dos concelhos vizinhos, trata-se da consolidação de uma estratégia que foi desenhada no sentido de promover a agricultura biológica como imagem de marca, reforçando assim marca dos produtos de agricultura biológica dos seus concelhos.

    Mas será que as prateleiras dos supermercados também vão ficar zonas livres de trangénicos?

    Espero que tenha de alguma forma contribuido para o debate...obrigado

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  3. Caro TZ, obrigado pelo teu comentário .

    A sustentabilidade ambiental é um objectivo primordial para um bom desenvolvimento da sociedade mundial.

    A agricultura tem de ser repensada em todo o seu conceito. Penso que no contexto local a agricultura biológica será a escapatória para a agricultura local. Uma boa forma do nosso concelho evendenciar-se.

    Os transgénicos têm sido preconizados como uma panaceia para acabar com a fome no Mundo. Mas sabemos que isto é uma falácia. Porque, neste momento os países utilizadores desta pratica não produzem para acabar com a fome mas para fins económicos e mercantilistas. Vejamos os maiores produtores mundiais, EUA e Brasil.

    Sabe-se que a Europa não tem excedentes agrícolas suficientes. Mas muito pela política agrícola que defende, nomeadamente o PAC que paga para não produzir, e multa quando excede a quota.

    Nas prateleiras dos supermercados , existem muitos produtos transgénicos sem que o consumidor tenha conhecimento. isto é má vontade política, que protelam leis e regulamentos para haver uma distinção entre produtos naturais e transgénicos.

    Por isso, como dizes, devia-se investir mais no aperfeiçoamento da agricultura que se pratica no nosso País. Investir mais em políticas de incentivo à agricultura biológica e isto é incompatível com o cultivo de transgénicos.

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