24 fevereiro 2008

O acordo rosa-laranja

Luís Filipe Menezes desacorda com o acordo. Santana Lopes tenta acordar o acordo. Não sei em que ficarão, parece certo que o atentado à representatividade do voto democrático está condenado.

4 comentários:

  1. Sem margem para dúvida. Esta Lei distorce a proporcionalidade e acaba com a representatividade dos pequenos partidos, nos executivos camarários. É absolutamente hilariante que um Presidente de Câmara possa ser eleito com 30% dos votos e ficar com 50% mais um dos vereadores que compõem o executivo municipal, ficando o resto dos mandatos para os outros partidos. Foi mais um negócio entre PS e PSD, ao qual já estamos habituados. Dado que desde as primeiras eleições autárquicas contam-se pelos dedos das mãos os executivos municipais que caíram a meio dos mandatos e tendo em conta que o nosso sistema político municipal tem apresentado estabilidade política nos últimos 30 anos então pergunta-se: Será que esta Lei, que reforça ainda mais os poderes dos já super poderosos Presidentes de Câmara, não visa também inibir ou condicionar o aparecimento de movimentos de cidadãos como já acontece um pouco por todo o país? É mais uma golpada do Bloco Central de Interesses.

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  2. 30% dos votos ou muito menos. Imagine que concorre 10 listas todas com votações aproximadas! Eduardo.

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  3. Concordo plenamente. Eu discordo desta lei porque representa uma presidencialização dos municípios ainda maior do que a que existe actualmente. Mas tanto quanto sei, os Vereadores do partido vencedor e porque foram eleitos, podem ter opinião ou até discordar do Presidente de Câmara. Segundo percebi desta Lei, os vereadores saiem da Lista apresentada para a Assembleia Municipal e àquele órgão podem regressar se o Presidente da Câmara se encher deles. Ora isto é uma competência que retira ao Vereador a liberdade de emitir opiniões...contrárias ao Presidente de Câmara. Se isso acontecer e sobretudo se o autarca for parecido com um que eu conheço, então vai para a rua. Ora o nosso sistema municipalista vem do século XIX e sempre consagrou historicamente a figura e o papel importante dos Vereadores num executivo camarário. Esta lei esvazia a meu ver, o contributo dos vereadores e fará com que as autarquias funcionem em circuito fechado e com decisões estruturantes, tomadas unicamente pelo Presidente.

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  4. Caro Eduardo e José M. Faria já escreveram algumas das consequências retrógradas que estas alterações permitirão com a falsa desculpa da estabilização democrática, que não se verifica na grande parte dos municípios, e penso que poderá, se for aprovada, permitir um último passo para o bipartidarismo: alargar as alterações para o sistema eleitoral nacional. Já faltou mais.

    Penso que as alterações iriam, a grosso modo, "trazer" desvantagens. Mas algumas das consequências iriam ser positivas, relativamente aos presidentes de junta, como o José Manuel Faria já referiu várias vezes.
    Cumprimentos.

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