01 março 2008

Injustiças tarifárias

Um do estratos sociais mais desfavorecido é o correspondente ao das famílias numerosas (que tanta falta ao País). Existem algumas medidas instaladas pelo Estado Social mas mostram-se insuficientes e algumas vezes incipientes. Mas localmente podemos, embora de uma forma paliativa, "desagravar" um pouco a dificuldade de uma vivência familiar, indiscutivelmente, dura e exigente.

A nível local, uma das medidas para tal "desagravamento" será a implementação da Tarifa Familiar da Água. Esta tarifa torna-se particularmente imperativa no contexto social do nosso concelho. Neste concelho, com todos os problemas sociais existentes, rege uma das tarifas de água mais cara e injusta do País e esta torna-se incomportável para famílias numerosas.

(clicar na imagem para um melhor visionamento)

A imposição de uma tarifação feita segundo escalões de consumo, com valor crescente serve para dissuadir um consumo excessivo de àgua mas torna-se extremamente penalizador para famílias numerosas.

O tarifário apresentado na primeira folha de cálculo é referente ao concelho de Setúbal assumindo que cada pessoa consome 3.6 m3 por mês, de acordo com o padrão internacional de 120 litros de água por dia reconhecido internacionalmente como o adequado.

É apresentado, na segunda tabela, o custo a que ficará o consumo de água por família, em função da sua dimensão.

Vê-se, assim, que uma família de duas pessoas vê a sua factura agravada em 19%, apenas porque a água que cada um consome chega através do mesmo contador.

No caso de uma família com 4 pessoas, o custo já é agravado em 62%; numa família de 6 pessoas, o valor médio por m3 já é mais do dobro!

Repare-se na flagrante injustiça: uma família com 6 pessoas forçosamente tem um consumo 6 vezes superior ao de uma habitação só com uma pessoa, mas a sua factura é 12 vezes superior, só porque vivem na mesma casa!

As autarquias deveriam ser o exemplo e serem as primeiras a combater estas injustiças. Algumas autarquias já praticam esta tarifa (de salientar o caso do concelho de Sintra, o segundo mais populoso de Portugal), cabe aos deputados da assembleia municipal e ao executivo eleito proporem e aceitarem medidas que promovam a equidade tarifária entre os seus munícipes.

A informação referente aos valores aqui apresentados encontram-se no sítio da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas.

3 comentários:

  1. Excelente Post, Marco. O Remisso é o verdadeiro blogue de investigação de Cabeceiras de Basto. À atenção dos responsáveis camarários. A promoção de lares numerosos onde a eficiência é maior é também ela uma medida ambiental. :)
    Abraço

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  2. Uma investigação simples.
    Necessitamos de equidade tarifária para penalizar quem mais despesas tem.
    Abraço.

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  3. Marco, há injustiça tarifária no consumo de água em Cabeceiras. Mas também, é bom não esquecer a falta de qualidade da mesma, apesar dos avultados investimentos que as campanhas promocionais da autarquia referem nos últimos anos, como tendo sido efectuados no sector. Esta falta de qualidade motiva frequentemente queixas dos consumidores Temos portanto um dois em um, como o Shamppo "Organics".

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