Impressionante, (e não contraponham que devemos regozijar com o sucesso de algumas entidades financeiras consideradas exemplares no panorama económico português e exemplares nos benefícios fiscais e políticos) que em tempos de promiscuidade económica e social as entidades bancárias portuguesas auferem lucros de fazer engordar de alegria o mais definhado neoliberal plutocrata.
A Caixa Geral de Depósitos, banco público 'clientelista', no dia de apresentação pública do seu estrondoso lucro, anunciou que irá aumentar o seu spread (teoricamente, o lucro directo do banco) devido à famigerada crise do crédito imobiliário para atingir os objectivos expansionistas.
Mais uma vez o cliente suportará o aumento de capital para assegurar a sua agenda económica expansionista, que nada beneficia com o megalómano lucro, visualiza e apreensiva-se. Porque não custear a sua expansão sobre os cerca de 300 milhões de euros de dividendos a distribuir aos accionistas praticando uma política mais social e condizente com o distintivo de banco público que tanto lhe favorece nos lucros. Possivelmente esta política não lhe custearia a expansão e teria de se haver com os accionistas e estes bem mais reivindicativos e influentes do que as pobres famílias e indivíduos que lutam o dia-a-dia para sobreviver nesta sociedade plutocrata e desigual.
Esperaria, embora seja contra-producente na actividade bancária, que o banco público se evidenciasse um pouco pela diferença do resto do sector económico, refrescando os seus ímpetos capitalistas e exalando um pouco de consideração sobre os seus donos (contribuintes).
Leitura complementar sobre a "vantagem" do sector bancário sobre os outros agentes da actividade económica em Portugal: A clinking-clanking sound via O País do Burro.
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