31 março 2008

A imiscível mistura

No concelho vizinho, Vieira do Minho, vive-se uma eclesiástica municipalidade. Este concelho vizinho, tem como edil um sacerdote católico. Arrepia-me, a possibilidade de promiscuidade entre a religião e a política. Na altura das eleições autárquicas do ido ano de 2005, o actual presidente do município, o sacerdote, violou uma das mais elementares leis republicanas, candidatou-se sem renunciar ao sacerdócio. Causou estranheza, além da ilegalidade do acto, a conivência da oposição e das autoridades.

Não sei se actualmente o padre Albino Carneiro, o presidente do município de Vieira do Minho, tenha renunciado o sacerdócio. Penso que não. Uma ilegalidade, é certo, que preferem, seja quem for, pactuar. A parcialidade com a promiscuidade começam a existir. E em Vieira do Minho vive-se a promiscuidade: Câmara Esclesiástica de Vieira do Minho .

6 comentários:

  1. Meu caro Marco estamos de acordo. Mas infelizmente há promiscuidades em todo o lado e algumas bem próximas de nós. Há Presidentes de Câmara que são ao mesmo tempo Presidentes de Associações que recebem generosos apoios das próprias Câmaras, na organização de eventos municipais. Há Presidentes de Câmara que atribuem terrenos municipais públicos, com o beneplácito das maiorias que os suportam, a associações, cujos órgãos dirigentes incluem correlegionários políticos e membros do seu próprio Gabinete de Apoio pessoal. São ricas prendas que são atribuídas, e que são consideradas normais. Eu sinceramente não penso assim. A questão do Padre que entra na política e não renuncia ao sacerdócio é tão ou mais grave como as situações que atrás apontei, que são sempre justificadas com a legitimidade conseguida através dos votos dos eleitores. São situações que empobrecem a democracia e que nos coloca ao nível de ditaduras sul americanas ou africanas em que tudo parece ser permitido com a apatia e indiferença, muitas vezes do poder judicial, que não obstante, censura determinadas deliberações camarárias

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  2. Queria dizer "correligionários" Sorry

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  3. Para o bem da transparência democrática e da compatibilidade deveriam esclarecer as suas situações.

    Neste caso em particular, o poder judicial foi um pouco negligenciado devido ao facto da deliberação da candidatura ter sido positiva enquanto existia uma incompatibilidade crassa e essencial: a não renúncia, à altura, do sacerdócio.

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  4. Caro Eduardo,

    Quando mistura Religião com qualquer outro assunto de cariz civil, é com a maior das certezas que lhe afirma que o cariz civil perderá e mais ainda em Portugal e mais ainda em terras como Vieira do Minho, arreigadas ainda de forma indelével às figuras do Padre e do Professor Primário como ícones sociais principais.
    Se quiser, podemos ainda começar a eterna discussão se os grandes problemas do mundo devem ou não ser directamente imputáveis às diversas religiões e à sua influência nos povos.
    Eu, pessoalmente, penso que a Religião deve ser legada para o foro pessoal, privado e intransmissível.
    Agora, o que se passa em Vieira do Minho é o vilipendiar de tudo o que de mais sagrado tem a Igreja. É o de o actor principal usar do palco religioso para a política.
    Em suma, é a hipocrisia no seu estado social mais puro.

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  5. Marco, a propósito de promiscuidades e controlo propagandístico e manipulação da opinião pública, sugiro-te a leitura da notícia que aparece no JN, página 24, sobre a investigação que está a ser feita à construção do centro de saúde de Cabeceiras e também sobre os estabelecimentos comerciais que apesar de não terem licença de utilização, continuam a funcionar na quinta do mosteiro, perante a benevolência da ASAE, que só se deslocou a Cabeceiras, para autuar a Casa do Benfica, mas ignorou tudo à volta. mas mais grave é determinados estabelecimentos terem recebido ordem de despejo por parte da Câmara em Maio de 2007 e manterem-se em funcionamento, como é caso de uma conhecida Clínica Privada de Médicos, denominada Centro Médico de Basto, onde curiosamente o presidente da Comisão política do PS e Presidente da Assembleia Municipal e ainda Director do centro de Saúde exerce medicina privada.
    Afinal não somos todos iguais perante a Lei. Se precisares da prova, posso-te ceder o despacho do procurador da República onde esse caso é mencionado. Daí se conclui que na nossa terrinha há cidadãos mais iguais que outros perante a lei e a lei não é igual para todos, antes protegendo os poderosos e os que detêm influência e poder político, que são consideradas "Vacas sagradas" em cabeceiras. e isso é que me desilude e irrita profundamente pois constato que em portugal a administração não funciona e está minada de cumplicidades e promiscuidades. Mas recordo-te também a propósito deste assunto, a manipulação grosseira que foi feita pela Câmara que até te levou a criticares um partido da oposição ( que eu aqui não estou a defender)em que a autarquia afirmava ( de uma forma falsa como se comprova) que todas as queixas da oposição sobre falta de licenciamentos na quinta, tinham sido todas arquivadas. Pelos vistos não foram, pois o centro de saúde continua a ser investigado, pois não tem licencça municipal e viola o Plano de Pormenor, juntamente um prédio junto ao nó viário de Arco de Baúlhe. Assim se manipula a opinião pública, de uma forma que me parece grosseira e pouco ética. Gostava sinceramente que fizesses um post sobre esta rocambolesca matéria que nos envergonha ( estabelecimentos a funcionar sem licença e a quem se dá ordem de despejo e não encerram). Julgo que seria pedagógico e de extrema utilidade pública. Abraço.

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  6. Queria dizer JN de hoje dia 1 de Abril. E podes acreditar que não é mentira! Posso garantir

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