23 junho 2008

Investir no necessário

Autarquia beneficia Adro da Igreja de Passos

Obras representam um investimento na ordem dos 15.626,00 Euros

A promiscuidade que se vive entre o Estado (neste caso representado pela sua entidade local-a autarquia) e a Igreja, permite a remodelação de sítios que não são públicos (do pressuposto de estarem sobre a responsabilidade estatal).

Confundir freguesia com paróquia transpõe-nos para uma época ida onde os espaços administrativos eram delimitados pelas congregações religiosas. Qual a urgência de beneficiação de tal sítio? Será a sua importância história? O seu papel de apoio social? Porque a Igreja (no seu todo), com todo o seu esplendor monetário não remexeu nos seus fundos para suportar as obras de remodelação desta pequena paróquia? Não houve alternativa ao investimento público num sítio religiosamente privado?

4 comentários:

  1. Caro Marco,

    Desde logo gostava de te dar os parabéns pelo teu blog e pelo contributo que este representa para o debate de ideias no nosso concelho.
    Relativamente à questão que levantas tenho de dizer que também eu sou um grande defensor da laicidade e da separação de poderes entre o Estado e a Igreja.(este é um tema muito interessante que vale a pena desenvolver) No entanto, é necessário perceber o contexto em que esta intervenção é executada. Sendo eu natural desta freguesia e passando grande parte dos fins de semanas na mesma, tenho que contrapor a teu ponto de vista quanto ao caso concreto; num meio tão pequeno como a aldeia referida a igreja é das poucas instituições que realmente tem alguma contribuição social (goste-se ou não; depois, a igreja é o monumento mais importante da localidade e o mais central, estamos portanto a falar de um dos melhores exemplos do património existente e que é necessário preservar, assim como a sua involvente; o adro referido é também acesso a um cemitério que já há muito era necessário reabilitar e, como saberás, está sob a jurisdição da junta/autarquia;
    Percebo o teu ponto de vista e como principio concordo plenamente com ele, mas na referida aldeia sente-se de tal forma um abandono que qualquer obra tem que ser saudada, ainda para mais quando dignifica um monumento central e emblemático. Não posso deixar de concordar contigo no ponto em que referes que esta obra não é prioritária, pois não o é efectivamente, mas também é preciso perceber o ambiente de animosidade existente ente a junta de Freguesia local e Câmara - parece ser mais facil cooperar com um velho "inimigo" da Republica (a Igreja) que com o executivo da referida junta.

    Continua o bom trabalho.

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  2. Caro Sc,

    Não posso renegar a estas condicionantes: importância do local, o seu papel social, a falta de investimento, a falta de diálogo entre a câmara e a autarquia.

    Compreendo a necessidade das obras.
    Por princípio, este tipo de promiscuidade é inaceitável. Mas, também não posso ter uma opinião inflexível. Temos de atender às especificidades de cada assunto.

    Mas neste caso, o que desaprovo mais, é a falta de investimento da própria Igreja Católica nas suas paróquias e a dependência, quase secular, para com o Estado para cuidar daquilo que é da Igreja.

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  3. Exactamente, caro Marco! Analisando o cenário a nivel macro, o mais condenável é exactamente o facto de a própria Igreja não investir nas suas paróquias e estar "à sombra do estado" e claro, o estado também tira os seus proveitos. Digamoa que é uma relação de parasitismo que também condeno e que vai minando a nossa sociedade...

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