A promiscuidade que se vive entre o Estado (neste caso representado pela sua entidade local-a autarquia) e a Igreja, permite a remodelação de sítios que não são públicos (do pressuposto de estarem sobre a responsabilidade estatal).
Confundir freguesia com paróquia transpõe-nos para uma época ida onde os espaços administrativos eram delimitados pelas congregações religiosas. Qual a urgência de beneficiação de tal sítio? Será a sua importância história? O seu papel de apoio social? Porque a Igreja (no seu todo), com todo o seu esplendor monetário não remexeu nos seus fundos para suportar as obras de remodelação desta pequena paróquia? Não houve alternativa ao investimento público num sítio religiosamente privado?
Caro Marco,
ResponderEliminarDesde logo gostava de te dar os parabéns pelo teu blog e pelo contributo que este representa para o debate de ideias no nosso concelho.
Relativamente à questão que levantas tenho de dizer que também eu sou um grande defensor da laicidade e da separação de poderes entre o Estado e a Igreja.(este é um tema muito interessante que vale a pena desenvolver) No entanto, é necessário perceber o contexto em que esta intervenção é executada. Sendo eu natural desta freguesia e passando grande parte dos fins de semanas na mesma, tenho que contrapor a teu ponto de vista quanto ao caso concreto; num meio tão pequeno como a aldeia referida a igreja é das poucas instituições que realmente tem alguma contribuição social (goste-se ou não; depois, a igreja é o monumento mais importante da localidade e o mais central, estamos portanto a falar de um dos melhores exemplos do património existente e que é necessário preservar, assim como a sua involvente; o adro referido é também acesso a um cemitério que já há muito era necessário reabilitar e, como saberás, está sob a jurisdição da junta/autarquia;
Percebo o teu ponto de vista e como principio concordo plenamente com ele, mas na referida aldeia sente-se de tal forma um abandono que qualquer obra tem que ser saudada, ainda para mais quando dignifica um monumento central e emblemático. Não posso deixar de concordar contigo no ponto em que referes que esta obra não é prioritária, pois não o é efectivamente, mas também é preciso perceber o ambiente de animosidade existente ente a junta de Freguesia local e Câmara - parece ser mais facil cooperar com um velho "inimigo" da Republica (a Igreja) que com o executivo da referida junta.
Continua o bom trabalho.
Caro Sc,
ResponderEliminarNão posso renegar a estas condicionantes: importância do local, o seu papel social, a falta de investimento, a falta de diálogo entre a câmara e a autarquia.
Compreendo a necessidade das obras.
Por princípio, este tipo de promiscuidade é inaceitável. Mas, também não posso ter uma opinião inflexível. Temos de atender às especificidades de cada assunto.
Mas neste caso, o que desaprovo mais, é a falta de investimento da própria Igreja Católica nas suas paróquias e a dependência, quase secular, para com o Estado para cuidar daquilo que é da Igreja.
Exactamente, caro Marco! Analisando o cenário a nivel macro, o mais condenável é exactamente o facto de a própria Igreja não investir nas suas paróquias e estar "à sombra do estado" e claro, o estado também tira os seus proveitos. Digamoa que é uma relação de parasitismo que também condeno e que vai minando a nossa sociedade...
ResponderEliminarAi como mina...
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