Gideon Rachman, comentador em chefe de assuntos estrangeiros no jornal Financial Times, escreveu um editorial deveras provocador. Na minha opinião, este editorial possui o intento de desbravar e sensibilizar (dito de outra forma, preparar) a opinião pública para um recente (mas antigo na pretensão) conceito de governo: «O Governo Mundial».
Escreveu sobre a ideia profética que visa a criação de um «Governo Mundial», em que, e arredando o multilateralismo que se tenda impor nos dias que correm, os problemas de âmbito mundial (segurança, ambientais, sociais e económicos) e trans-nacionais teriam a sua resolução facilitada devido à centralização do poder num (a criar) «Governo Mundial», à semelhança da União Europeia.
Este editorial é ironicamente delicioso, para quem já se converteu ao "The Zeitgeist Movement" e acredita na possibilidade que uma elite de pessoas (algumas bem identificadas) implemente (indirecta ou directamente) um «Governo Mundial». Um sinal angustiante a ter em conta, tanto pelo conteúdo da «mensagem» como pela relevância do autor e as ligações deste com as "elites" mundiais.
Se num mundo preenchido de variabilidade política, como se pretende e à luz das leis fundamentais da vida e da Democracia, o cidadão, o elemento base de toda a estrutura governamental, se sinta impotente e, por vezes, efectivamente arredado de participar ou, pelo menos, ser "escutado" pelo seu governo, imaginem como seria a "democracia" de um «Governo Mundial», omnipresente e elitista. É evidente que a Democracia teria que ser sacrificada em prol, segundo estes ideólogos, de um objectivo maior e conveniente. Uma Democracia em toda a sua plenitude é inexequível com este conceito. Em suma, um «Governo Mundial» só é possível e praticável se consubstanciar numa "ditadura" à escala global. E isto, é algo inaceitável e a evitar.
De leitura obrigatória:
Editorial do Financial Times admite agenda para criação de um governo mundial ditatorial;
Rachman se diz horrorizado com a reação ao editorial "O Governo Mundial".
De visualização obrigatória:
Zeitgeist
Zeitgeist addendum.
Por um lado há quem pense que isto vai acabar por estoirar, opinião que ganhou força depois de assistirmos ao que se passa na Grécia, por outro lado o discurso do governo mundial começa a subir de tom, como que a preparar a opinião pública para o que se avizinha a médio longo prazo. Duas realidades opostas que poderão não se excluir uma à outra.
ResponderEliminarmescalero
Diria, directamente proporcionais:
ResponderEliminarQuanto maior a aceitação e a implementação deste conceito (governo mundial) maior será a sua contestação (à "coacção" mundial).