10 dezembro 2009

Não precisamos de quedas mas sim de mudanças

«Meia dúzia de sessões parlamentares mostraram como vai ser o que resta desta legislatura: em vez de uma governação crescente, uma contagem decrescente. Até a outras eleições. Mas Portugal dispensa esta charada: se é para ser assim, o melhor é o Governo cair já. » Pedro Guerreiro in [Jornal de Negócios]

Sobre esta opinião de Pedro Guerreiro, apenas uma questão: cair para voltar ao mesmo?

Nas sessões parlamentares e declarações, públicas e polémicas de ministros e políticos, ouvimos e vimos a prova sonora e visual de muitas hipóteses enunciadas nos idos tempos pré-eleitorais. Afirmaram que com esta composição parlamentar, com este governo e com estes políticos a necessária «estabilidade governativa» estaria condenada. Pois bem, como um velho pescador dir-me-ia: pela boca morre o peixe. Dito e feito. Estamos perante, praticamente, os mesmos políticos e as suas linhas políticas/ideológicas. Os esperançosos apontavam que mudando as circunstâncias eles se adaptariam comportamental e politicamente, com o objectivo da estável governação deste país. Ora, como eles demonstraram irrepreensivelmente (nas recentes sessões parlamentares e declarações públicas) a hipótese dos esperançosos está errada e os cépticos singram. Não temos como fugir, não se pode apenas mudar a estética e acreditar que o edifício se aguentará se, este, está ocupado hierarquicamente por idiotas e oportunistas. A classe política está, como está, devido às suas próprias prestações. Certamente, haverá quem de bom e de bem esteja cumprindo o seu juramento à coisa pública. Mas, chegará o tempo em que estes estóicos seres se resignarão com a evidência que isto não mudará por dentro mas sim por fora. Enquanto isto não acontecer, aguentemos-nos como bons democratas que somos.

2 comentários:

  1. Voltaremos inevitavelmente ao mesmo das decadas de 70/80, ou seja governos de meio ano ou pouco mais...

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