21 janeiro 2010

Pois

Através de um estudo da OCDE (via economia.info), fiquei a saber que, entre os 26 países da OCDE que têm rendimento mínimo, Portugal é dos menos solidários. Através do Negócios, fiquei a saber que o Estado gastou, em média e por mês, 313 euros por desempregado entre 2006 e 2009, o que compara com um gasto médio de 404 euros entre 2001 e 2005. Já sabemos quem é sempre sacrificado.

Através do eurostat, fiquei a saber que o risco de pobreza em Portugal está acima da média da UE e que os 10% de trabalhadores a tempo inteiro que auferem rendimentos mais elevados ganham 5.3 vezes mais do que os 10% que auferem rendimentos mais baixos. Estamos bem acompanhado pela Roménia e pela Letónia entre os mais desiguais. Na Dinamarca, na Finlândia ou na Suécia – países de “invejosos”, onde não se “premeia o mérito” e onde, já se sabe, também não existem “incentivos para a inovação” – os trabalhadores mais ricos ganham, respectivamente, 2.3, 2.4 e 2.5 vezes mais do que os trabalhadores mais pobres. Níveis de qualificação mais elevados e acessíveis a todos, maiores taxas de sindicalização e relações laborais ainda enquadradas por mecanismos centralizados de negociação entre patrões e sindicatos ajudam a explicar estes resultados mais igualitários.

Portugal é um país desigual, com uma percentagem de trabalhadores a tempo inteiro com salários baixos (20.3%), ou seja, com remunerações iguais ou inferiores a 2/3 do salário mediano nacional, acima da média da UE (17.2%). Um país que também é muito pouco generoso para com os mais vulneráveis. Tudo isto resulta de escolhas políticas e institucionais. Entretanto, o PS negoceia o orçamento com o CDS. in [Arrastão]

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