12 abril 2010

Como a hipocrisia reina nas questões "nucleares"

Barack Obama e Dmitry Medvedev assinaram um tratado de desarmamento nuclear, que prevê que nos próximos sete anos ambos os países reduzam em cerca de trinta por cento o seu "potencial nuclear". Os EUA e a Federação Russa concentram a maioria do arsenal nuclear existente neste planeta. É um sinal positivo, o desejo elaborado por Barack Obama (que quer reduzir o armamento nuclear existente) e o tratado assinado por Obama e Medvedev.

Na "cimeira nuclear" a realizar em Washington Benjamin Netanyahu decidiu não comparecer. O primeiro-ministro israelita fora aconselhado a não comparecer na "cimeira nuclear", embora tivesse vontade de lá ir e apregoar o "perigo nuclear" para Israel, pois seria "emboscado" por outros países que exigiriam que Israel fosse fiscalizado por inspectores internacionais.

Nas relações internacionais e, em particular sobre este assunto (armamento nuclear), a hipocrisia reina. Como podemos ver pela imagem, Israel concentra o quinto maior arsenal nuclear. São cerca duzentas ogivas nucleares. Oficialmente, o Estado judaico (por definição é, portanto, um estado confessional como, por exemplo, o Irão), não desmente nem confirma a posse de armamento nuclear. Mas a existência de armas nucleares em território israelita é um "segredo público", pois existem documentos dos EUA que demonstram que Israel possui um significativo arsenal nuclear.

Porém, Israel, impõe que os seus vizinhos (em particular, o Irão) não deva, de maneira nenhuma, possuir a capacidade de produzir armamento nuclear. Uma medida que concordo e apoio. Porém, Israel, lesto a ameaçar os estados vizinhos, não dá o exemplo (e extingue o seu arsenal nuclear) e escapa impunemente ao escrutínio internacional. O estado de Israel, mesmo que não confirme, tem arsenal nuclear e, hipocritamente, ameaça quem nas "redondezas" tenha a possibilidade de produzir armamento nuclear. Israel possui armamento nuclear à revelia dos tratados internacionais e impede vigorosamente que outros o tenham. Israel apoia a visita de inspectores internacionais para que investiguem e determinem para que fins é utilizado o equipamento e "conhecimento" nuclear, porém não admite que inspectores entrem em Israel para fiscalizar e determinar para que fins Israel utiliza o seu equipamento nuclear.

As armas nucleares, só pela sua existência, são um perigo para a humanidade. A sua supressão deveria imperar nas relações internacionais.O estado actual das relações internacionais permite que haja países a serem fiscalizados e impedidos de desenvolver "conhecimento nuclear" e outros já com armamento nuclear não sejam sequer repreendidos. Enquanto a hipocrisia determinar as relações entre países, a "questão nuclear" será sempre mais uma prova de que a lei ou a ética não igual para todos mas, sim, um argumento "maleável" que se usa quando se precisa.

2 comentários:

  1. Quando vi esta notícia tive o mesmo pensamento. Não só em questões nucleares, mas em todas as questões de arsenal e de legitimação bélica, as "super-potências" gozam de uma hipocrisia descarada.

    Às vezes dou por mim a perguntar, quando é que isto irá tudo pelos ares? Não há pachorra. Faz lembrar aqueles tipos que ameaçam com navalhas e armas de fogo aqueles que não têm armas nenhumas, a não ser a própria armadura de carne e osso.

    Para quando uma cimeira para acabar com a fome, ou para irradicar doenças, por exemplo?!

    A humanidade anda por caminhos muito tortos, e parece que mais tarde ou mais cedo autodestruir-se-á.

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  2. A hecatombe nuclear é inevitável . ano: 2015

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