08 dezembro 2007

Evidência de uma "SCUT" em Cabeceiras de Basto

Este é um tema interessante para a população deste e doutros concelhos transitados pela famigerada auto-estrada número 7.

As SCUT são concessões em que o Estado substitui o utilizador no pagamento da portagem. Entenda-se concessão, neste âmbito, a entrega da construção, financiamento, manutenção e exploração da auto-estrada a um consórcio privado, pagando (o Estado) uma dada tarifa por cada veículo que circule nessa estrada. Neste modelo, SCUT, os contribuintes, através dos impostos, pagam este instrumento para corrigir assimetrias regionais. Por isso deseja-se rigor, idoneidade, métodos criteriosos na aplicação deste instrumento. Os critérios para atribuição deste poderoso instrumento de desenvolvimento regional são:

Critério 1 - Índices de disparidade do PIB per capita regional;

Critério 2 - Índice do Poder de Compra Concelhio (IPCC);

Critério 3 - Tempo de percurso das vias alternativas;

Particularizando, debrucemos sobre a A7, onde o preço por quilómetro é 2.4x (contas de minha autoria, baseadas em preços cobrados pelas concessionárias e os quilómetros percorridos) superior ao praticado na A3. Um inocente ser, desconsiderado em questões de assimetrias regionais, dir-me-ia, com toda a veemência, que a zona envolvida pela A7 goza de uma boa prosperidade. Eu dir-lhe-ia, o Estado pensa que sim.

Vejamos se o Concelho de Cabeceiras de Basto satisfaz os critérios para a não atribuição de uma concessão com custo para o utilizador.

Critério 1: PIB per capita inferior a 80 % (calculado em função da média nacional 100%). O PIB per capita em Cabeceiras de Basto era em 1998 cerca de 36.8% da média nacional. Penso que nove anos depois não deve ter atingido os 80%.

Critério 2: IPCC menor que 90%. O Concelho de Cabeceiras de Basto usufrui de um IPCC de cerca 52.88% da média nacional.

Critério 3: Tempo de percurso por vias alternativas à SCUT maior que 1.3x . Considerei o percurso alternativo à A7, isto é, utilizando as Estradas Nacionais. Considerando que percorri 54 quilómetros demorando 01 hora e 12 minutos. Utilizando a A7 para chegar a Braga, percorri 69 quilómetros e demorei 00 hora e 52 minutos. Elaborando as contas o resultado foi este: O percurso alternativo à A7 demorou mais de 1.384 x .

Resumindo, e de um modo simples conclui-se que satisfaz os critérios para a A7 ter uma concessão SCUT.

Por definição, o modelo SCUT serve como instrumento para corrigir assimetrias regionais em prol da coesão nacional. Porque não estará a ser utilizado nesta Região? Será inércia política em prol da sociedade e seus interesses? Interesses económicos dos senhores do grande capital? Demagogia centralista? Uma dúbia clarividência governativa ou demais entraves ao desenvolvimento regional? Eu não consigo perceber o que passa, por isso não sei explicar estas dúvidas, que são minhas e da maioria da população deste Concelho.

post scriptum: As contas relativo aos critérios carecem de rigor, embora penso que estejam perto da realidade, devido à extrema dificuldade em encontrar tais parâmetros (actualizados) sobre este Concelho. Resolviam-se com um estudo Sócio -Económico?

6 comentários:

  1. e muito facil compreender....

    1- Índices de disparidade do PIB per capita regional;

    Como diz o item, e bem e indice de disparidade per capita REGIONAL,O concelho de Cabeceiras de Basto insere-se na sub-região do
    Tâmega (NUT III) da Região Norte (NUT II) de Portugal. esta região em que se compreende cabeceiras, que e região norte, tem PIB per capita não inferior a 80 %, logo o primeiro item esta reprovado.


    Vejam o caso Vila Real que apesar de terem os tres criterios melhores que os nossos tem scut porque se insere numa regiuão mais pobre que a nossa...

    Logo a partir dai, ja que reprova no 1º criterio nao ha mais nada a comentar....pois apesar de eu achar que cabeceiras precisava de uma scut....cumpre as regras para a não colocação de uma scut...logo não ha que reclamar!!!!

    Apesar de eu, achar tambem que cabeciras necessitava de uma scut..

    Talvez a solução passe por mudar-mos de região...

    Abraço

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  2. Primeiro:
    Enganas-te, o primeiro critério é apurado com base na média dos PIB per capita NUTs III, e a sub-região do Tâmega é que tem o pior resultado, neste critério, a nivel nacional.

    Segundo:
    Este não é o critério mais "pesado", por exemplo na "SCUT" da Beira Interior, o PIB per Capita Regional é superior a 80%, o tempo de percurso da distância alternativa é de 1.2x, apenas "falha" no IPCC que é inferior a 74%.

    Por isso conclui-se que era possivel termos uma "SCUT"

    Cumprimentos.

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  3. 1º.... não e feita segundo sub-regioes(nut III) mas sim segundo regioes(nut II)...

    quanto a beira interior...os dados sao da regiao ou sub-região???

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  4. Quanto à Beira Interior não sei.

    Sei que o primeiro critério, repito, apurado com base na média dos PIB per capita NUTs III.

    Se não acreditares, faz uma busca num motor de busca e verás.

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  5. eu acredito...so que tem que ser apurado com base na media dos PIB das nut II...logo isso não conta pra nada...o que conta sao as rgioes ou nut's II...

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