22 dezembro 2008

A "globalização" deslocalizou-se sem responsabilidade nem mágoa

A gravidade da situação sócio-económica na Região do Ave e do Cávado é sentida por quem cá vive ou passe por estas paragens. Mediante as vicissitudes da globalização, estas regiões, que outrora forneciam empregos e trabalho, encontram-se em processo de "deslocalização". Deslocalização no seu sentido mais amplo. As gentes e as empresas estão a partir para outras paragens e os que cá ficam, gentes e empresas, vivem para sobreviver.

Pesa-nos, ainda, o peso da interioridade. Estarmos longe dos centros de decisão, com a sua plenitude em Lisboa (Capital do país e dos "fundos de miséria"), é o reverso da medalha para quem procura paz, sossego e a pureza bucólica. A distância entre estes centros e as terras que da ajuda deles precisam mede-se em anos e não em metros.

O desemprego é elevadíssimo nas estatísticas governamentais e na realidade, aquela onde os subsídios de desemprego e a inscrição no Centro de Emprego desaparecem, maior será a taxa de desemprego entre a população activa.

Neste sentido, e com agravar da situação sócio-económica, o Bloco de Esquerda alerta para esta realidade. Brada aos "céus" parlamentares e mediáticos o desespero social e económico que continua abafado e repisado na Região do Cávado e do Ave. Prometem, através de um conjunto de medidas, não resolver, mas pelo menos minorar as consequências de uma economia débil e centralizada que há muito ameaça ruir.

Não conheço o conteúdo das propostas do Bloco de Esquerda para "minorar as consequências". Contudo, penso que para além da qualidade deste medidas, pior, será, nada fazer. O PS e PSD chumbaram um anterior conjunto de propostas apresentadas pelo Bloco de Esquerda para esta Região. E, assim, depois do chumbo o PS e PSD apressaram-se a: nada fazer.

Não existe, pelo menos que eu tenha conhecimento, um plano ou um conjunto de medidas que "abrace" esta Região e corrija os erros de uma globalização "à la minhota", pela raíz. Ou seja, melhore o "ambiente" sócio-económico e, ao mesmo tempo, reestruture a economia débil e centralizada destas regiões.

Sem comentários:

Enviar um comentário