13 fevereiro 2009

Reciclagem/rentabilização do meio (II)

Desemprego, investimento público, baixa de imposto, ajudas à banca, sustentabilidade energética, entre outros, têm gerado muita controvérsia. Aplausos para os governantes que tanto dizem e fazem para pouco ou nada alterar. Já que a Primavera está a bater à porta, é necessário podar as plantas, mas podá-las bem. O que os governantes têm feito é podar aqui e ali, enxertar aqui e acolá, negligenciando a raíz. Se a raíz está podre mais vale cortar a árvore de vez e plantar uma nova. Não vale de nada podar uma árvora que está a morrer. Da mesma forma, é contraproducente e inglório resolver problemas ramificados sem se tratar a raíz dos mesmos.
O desemprego é uma realidade muito presente. A tecnologia tem vindo a substituir a mão-de-obra humana nos vários sectores laborais, como forma de aumentar a produtividade, os lucros e a comodidade do trabalhador. A tecnologia tem de passar a ser vista como um aliado da humanidade e não como um substituto a tempo inteiro. A ciência é maravilhosa mas a sua aplicação pode ser devastadora.
A tecnologia deveria centrar o seu desenvolvimento nas tarefas que o ser-humano não consegue executar ou no aperfeiçoamento das mesmas, bem como, na rentabilização dos recursos materiais. Por outro lado, a tecnologia tem centrado os seus esforços na rentabilização dos recursos humanos (errado).
Com tanta tecnologia disponível parece-me que temos empresas a mais em determinados sectores de capital, e a menos em sectores fundamentais ao bem-estar social. O curioso é haver tanta concorrência empresarial nos primeiros e os preços do produto final serem tão elevados e aproximados entre si (especulação financeira?!?!?!). Tendo em conta esta perspectiva, não me admira a falência de algumas empresas, que apesar de venderem os seus produtos ao preço de mercado, acabam por não ter lucro suficiente, quer pela pouca tecnologia que empregam, quer pela fraca formação dos seus funcionários, quer pela fraca capacidade de negociação das matérias-primas, ou pela elevada carga fiscal... Assim sendo, talvez a falência de empresas seja inevitável e talvez não valha a pena perder tempo à procura de soluções para reabri-las ou salvá-las. Mais vale cortar a árvore.
Sugestões dos meus neurónios - Talvez seja utópico ou surreal, mas seria importante que empresas falidas que derivaram deste modelo financeiro/económico (produção/consumo de bens materiaris) fossem dando lugar a empresas com um carácter diferente do actual, mais centrado no ambiente, na eficiência energética, no bem-estar, no lazer, na cultura, nos costumes e, na reciclagem do que é velho, com sentido de modernidade. A sociedade tem efectivamente de reflectir sobre os recursos que tem, aproveitando as capacidades físicas e intelectuais de cada um para criar algo diferente, que seja sustentável e, que ao mesmo tempo sirva a sociedade em geral. O importante é fazer-se bem feito, gostar daquilo que se faz e, procurar sempre melhorar para se ser competitivo, crescer e regenerar a empregabilidade do país.

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