E porque não em vez do TGV reabilitar a ferrovia do interior e recuperar as linhas obsoletas um pouco por todo o país? O TGV vai servir quem? qual vão ser os preços dos bilhetes médios para um trajecto de 300 km? A nossa sociedade terá condições económicas para usar este meio de transporte caprichoso? ou será só para alguns abonados? Será justo que a única plataforma de comunicação eficiente no interior seja a rodovia? Não teremos já auto-estradas suficientes? daqui a pouco chegamos às A100 ou A200! muitas delas a pagar preços mais do que injustos para as condições socio-económicas dos seus utilizadores. Não seria melhor parar com as Auto-estradas e começar a pensar em recuperar e modernizar as Estradas Nacionais e secundárias, canalizando e distribuíndo o investimento um pouco por todo território. É que quem circula pelas várias estradas do país sabe que os amortecedores do automóvel não duram muito.
O novo aeroporto parece-me uma escolha mais acertada. Não vou debater o timing, o projecto em si, nem a localização Ota/Alcochete. Prefiro deixar essa temática para os técnicos. No entanto, parece-me uma obra estratégica para o país, sendo que Portugal está geográficamente bem localizado para aumentar e desenvolver o tráfego aéreo entre (Europa-África-América). A par disso, a criação de postos de trabalho adjacentes a este investimento, pareça ser real e sustentável à primeira vista.
A nova ponte sobre o tejo é mais uma podazinha mal feita à nossa árvorezinha. Actualmente resido em Lisboa e sei as dificuldades de mobilidade das pessoas na sua área metropolitana. A nova ponte sem dúvida que é necessária, mas não irá resolver o problema de base (mobilidade). O problema da área metropolitana de Lisboa é a centralização do mercado de trabalho e dos serviços na urbe da cidade, deixando as cidades periféricas comportartem-se como autênticos dormitórios. Ainda que o sistema de transportes seja razoavelmente bom quando comparado com o resto do país, ele é insuficiente para a rede lisboeta. Por outro lado, as rendas e os preços dos imóveis na urbe são astronómicos, o que leva os cidadãos a optarem por residir nas periferias. Mas como as cidades periféricas oferecem poucas oportunidades de trabalho, as populações são obrigadas a mobilizarem-se da periferia para a urbe e da urbe para a periferia (É tipo um funil ou efeito de gargalo). Em média entra 1 milhão de habitantes na cidade de Lisboa todos os dias (dias úteis, penso eu). Seria mais vantajoso alargar a rede de transportes na periferia e descentralizar o mercado de trabalho, bem como, ajustar os preços dos imóveis e o mercado de arrendamento na urbe.
Quanto às barragens hidroeléctricas apenas as compreendo para armazenamento de água doce, e nada mais. Estas deveriam privilegiar zonas susceptívis à seca, como o Sul do país. Do ponto de vista ecológico e de impacto ambiental não são a melhor solução. Do ponto de vista energético também não traduzem a eficiência energética necessária. Pergunto, para que andámos a investir na energia eólica sendo pioneiros no esforço para desenvolver energias renováveis? Para agora investir numa forma de energia do século passado?! Retrocesso?! Que estão à espera para incentivar a energia solar, ou das marés (não poluentes), cuja matéria prima abunda no nosso país? E porque não incentivar/educar os portugueses para a poupança e eficiência energética? Não será já tempo do ensino e educação centrarem esforços neste sentido?
Quanto a uma candidatura portuguesa à realização do mundial de futebol 2018, prefiro nem comentar, porque os portugueses gostam demais de bola e, certamente não iam apreciar aquilo que eu ia dizer. Apenas deixo uma dica. Pensem que há muitos desportos para além do futebol, desportos esses com enorme potencial de desnvolvimento no nosso país e, esquecidos ao longo dos tempos. Depois não chorem por medalhas aquando da realização dos Jogos Olímpicos.
A prioridade do investimento público deveria ser a reciclagem/restauração do velho, com sentido de modernidade. Aquilo que não é passível de reciclar, então que se faça novo, mas de forma sustentável, e ao mesmo tempo expandível e adaptável à evolução.
Porque é que o Estado não centra o investimento na recuperação/modernização e adaptação das infraestructuras públicas obsoletas? bibliotecas, escolas/universidades, hospitais, estradas, arruamentos, passeios, jardins/parques, centros e patrimónios históricos, que são usados por todos e para todos. Com pequenas obras aqui e ali, traduzir-se-ia uma grande obra, que seria a promoção da equiadade, e a justa distribuição dos recursos financeiros e de desenvolvimento em Portugal. Que haja vontade política e social para se podar bem as árvores e revitalizar o seu desenvolvimento, para que estas rejuvenescidas plantas germinem por todo o lado e carreguem a esperança de uma vida melhor.
Caro Abel,
ResponderEliminarDevia ser corajoso e ser contra o NAL.
Caro José Silva, Esclareça-me o que é o NAL e talvez possamos falar disso. Não sei o que quer dizer com NAL!?!?!
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