Manuela Ferreira Leite afiançou que muitas das medidas do Governo apenas «protegem determinado tipo de empresas». É algo factual e aceite se considerarmos que as medidas governamentais não podem incluir todas as empresas (algo incomportável) e que o argumento discricionário seja estipulado pelo governo. Contudo, penso que estaria a referir-se à "troca de favores e favorecimentos" comum em toda a existência da democracia portuguesa. Ora, Manuela Ferreira Leite não pode sustentar, convenientemente, a sua sentença pois, também, já esteve em governos que implementaram medidas económicas de "abrangência" e efeitos similares. Quem tem telhado de vidro...
Na mesma notícia, Manuela Ferreira Leite, afirma que o Executivo não deve ceder à «"tentação" de intervir nas empresas, pois estas devem utilizar, como entenderem melhor, os recursos disponibilizados pelo Estado». Isto, é algo que não concordo. Se o Estado disponibiliza qualquer tipo de ajuda deve, por obrigação moral (pois o que está em jogo é o dinheiro dos contribuintes) e por uma questão de boa prática, impor condições à utilização da ajuda estatal à parte que recebe ou beneficia desta ajuda. O Estado não é um "banco de caridade" e muito menos uma plataforma de «favores e favorecimentos», que as políticas de «Pepsi & Coca-Cola» têm nos habituado.
Penso que um grave problema da relação entre os cidadãos e o Estado baseia-se na crença que o Estado dá sem pedir nem impor qualquer condição. Isto provoca um exercício de cidadania perigoso e desleixado que deriva em irresponsabilidade cívica. É, sem dúvida, uma crença perigosa e que, infelizmente, está enraizada na nossa cultura.
Isso é o que a grande maioria das pessoas pensam, e é um problema que tem de ser cortado também pela raíz.
ResponderEliminarSem dúvida, os portugueses têm de perceber de uma vez por todas que o Estado somos todos nós,e a riqueza do mesmo é produzida por nós (sociedade). Assim sendo, quantos mais recursos do Estado forem desperdiçados mais pobres nos tornaremos.
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