15 abril 2008

A protelada Via do Tâmega

Passarei a transcrever um post, da autoria de José António Nobre no seu blog Mondim: Leituras, pertinente sobre uma promessa antiga e tristemente abandonada nas reivindicações camárias das Terras de Basto:

Via do Tâmega

Pela manifesta relevância da notícia, trancrevo um artigo cuja fonte é a Lusa, data de 11 de Abril corrente, publicado no sítio da RTP. Segue-se-lhe um pequeno comentário.

Mondim de Basto: PSD pediu esclarecimentos ao Governo sobre ligação rodoviária à variante do Tãmega prometida há 20 anos. O deputado social-democrata Ricardo Martins pediu hoje esclarecimentos ao Governo sobre a construção dos dois quilómetros da ligação de Mondim de Basto à variante do Tâmega, prometida há mais de duas décadas.

Através de um requerimento entre à Assembleia da República, Ricardo Martins solicitou informações ao ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações sobre "a prioridade" atribuída à ligação rodoviária da vila de Mondim de Basto à variante do Tâmega.

O deputado quer ainda saber quando começará a sua construção e qual a data prevista para a sua conclusão e abertura ao tráfego.

O responsável referiu que o compromisso de construir esta ligação foi assumido "há mais de duas décadas" pela Administração Central como contrapartida pelo encerramento da Linha Ferroviária do Tâmega.

A vila de Mondim de Basto é servida "unicamente" pela antiga estrada nacional 304 (EN304), que a liga a Vila Real (IP4) e por duas municipais, também centenárias, uma que a liga à sede do distrito atravessando a serra do Alvão e a outra, com cerca de 30 quilómetros de extensão, que a liga ao nó da A7, apesar de esta auto-estrada passar a uns escassos quilómetros da vila.

Ricardo Martins salientou que o actual executivo liderado pelo PS se comprometeu, "pelo menos em três ocasiões distintas", a realizar esta obra rodoviária de "uns escassos dois quilómetros de extensão".

De acordo com o responsável, o próprio primeiro-ministro, José Sócrates, "prometeu a construção imediata desta via num decorrer de um jantar com os autarcas do distrito, a 23 de Junho de 2007, promovido no âmbito do Governo Presente em Vila Real.

"Apesar das sucessivas promessas, a obra tarda em começar e tão pouco consta do mapa de novas obras rodoviárias a lançar pela Estradas de Portugal, S.A.", frisou.

Ricardo Martins considera que a "existência de boas e rápidas acessibilidades rodoviárias é um factor necessário para a promoção e desenvolvimento económico e social de qualquer território".

PLI.

Lusa/Fim

O meu comentário: Não é todos os dias que Mondim é pretexto da agenda política partidária, de âmbito nacional. Por isso, é de saudar esta iniciativa que acontece na semana anterior ao previsível anúncio da abertura do concurso para a concepção e construção da Barragem do Fridão. Aliás, a concretizar-se a barrragem projectada, esta obrigará à construção de um conjunto de acessibilidades nas quais estará necessariamente incluída a completagem da Via do Tâmega. Tratando-se - Barragem do Fridão e Via do Tâmega - de infra-estruturas de âmbito regional seria muito bom que nesta reivindicação se percebesse a solidariedade de alguns dos municípios vizinhos, particularmente de Amarante, Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto...

Um comentário ao comentário: Faço minhas as palavras aqui transcritas. A via do Tâmega é uma das maiores desconsiderações do Poder Central às Terras de Basto. Esta infra-estrutura, entre outras, é uma evidência da inexplicável desarticulação camarária presente nas Terras de Basto já alguns anos. Temos de nos unir (sociedade civil e autoridades competentes), e reivindicar as promessas e os actos governativos essenciais para evolução das Terras de Basto. Mais uma vez, as acessibilidades e a falta e o retirada destas são pontos de discórdia e de descontentamento da gentes humilhantemente esquecidas pelo centralismo gordo. A solidariedade inter-municipal é uma exigência para o bem comum desta Terra.

7 comentários:

  1. Apoio esta nova ideia: solidariedade inter-municipal.
    As terras de basto haviam de ter um comum mais do que o nome.
    O problema da centralização é um problema antigo que tende, como todo nós sabemos, a discriminar os que não fazem parte dela.

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  2. "Temos de nos unir..."

    Marco já aqui debatemos a falta de união dos responsáveis autárquicos dos vários municípios da Região de Basto. Concordo que "não construção" da Via do Tâmega é uma desconsideração pela região mas acho que se os áutarcas da região falassem a uma só voz ao longo dos 17 anos (salvo erro)que passaram do encerramento da Linha do Tâmega a Variante "prometida" já tinha sido construída.

    Os senhores lá de Lisboa o que ouvem desta região são pequenos murmurios quando o que era preciso era um enorme grito. Um grito de revolta pela falta de respeito.

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  3. Cara Estela, é isso mesmo. O centralismo só beneficia quem compactua e usufrui dele.

    Caro Paulo, já discutimos isto e verificámos que era opinião unânime que todos queriam uma política de futuro mais articulada com os outros concelhos da Terra de Basto.

    Temos de nos unir e "gritar" só assim poderemos ter aquilo que merecemos e foi nos prometido.

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  4. Mondim é o único concelho da Região de Basto que não beneficiou com o fecho da Linha do Tamega. Celorico de Basto, tem parte da Via do Tâmega construida ( ligação de Celorico até Amarante ), Cabeceiras de Basto foi já há muito tempo comtemplada com a construção/beneficiação da ligação do Arco de Baulhe a Cabeceiras como contrapartida pelo fecho da linha. Está agora a ter uma segunda contrapartida com a ligação directa da A7 a Cabeceiras. Mondim irá agora ter a sua ligação à via do tâmega pois como foi anunciada a construção da barragem do fridão a ponte de Mondim irá ficar inoperocional. Curiosamente apareceu agora pela primeira vez desde que foi assinado o protocolo de fecho da linha ( 1983 ) uma reacção pública do PSD de Mondim exigir a construção da Via do Tâmega . Será que é para depois dizerem : Vêm se não fossemos nós nunca mais teriamos a estrada ? São todos iguais os nossos politicos.Ficará por construir o troço entre Celorico e o Arco de Baulhe.

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  5. Torna-se pertinente a intervenção publica neste momento a partir do momento de que segundo o deputado Ricardo Martins o Governo prometeu de "boca cheia" que as obras iniciariam ainda este ano.
    Ora não havendo até à data nenhum concurso público de adjudicação, nem a obra constar nas próximas obras da EP mais uma vez podem ter sido "palavras ao vento".
    É um facto que a promessa não vem de agora, mas mais vale tarde do que nunca...

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  6. Todas as pressões para que a Via do Tâmega seja concluida são bem vindas.
    Para a Região de Basto trata-se de uma via estruturante, pois permitirá fazer a ligação entre duas auto estradas ( A4 e A7 ), unindo toda a Região de Basto. Com a sua construção todas as sedes dos concelhos que constituem a Região de Basto ficarão ligadas entre si por escassos minutos.Do Arco a Celorico passarão a ser 9 km, do Arco a Mondim 8,5 km, de Celorico de Mondim 2 km e do Arco a Ribeira de Pena ( pela A7 ) cerca de 15 km. Assim o queiram os nossos politicos regionais e teremos certamente a Via do Tâmega construida. A questão é que parece que não querem. Senão vejamos :
    Quantas posições conjuntas foram tomadas por eles sobre este assunto ? Apenas uma vez. Em 1983 quando assinaram o protocolo. Desde aí nunca mais tiveram tempo para se unirem em esforços no sentido de exigirem em conjunto o cumprimento dos compromissos assumidos pelo Governo da Nação. Cada um pressiona para o seu concelho sem entender de que esta obra é de interesse multimunicipal e que só completa é que cumpre eficazmente a sua missão
    Celorico perde tempo a exigir o nó da Gandarela, Cabeceiras perde tempo ( e consegue quase tudo ) a exigir uma segunda contrapartida do fecho da linha, Mondim vai esperando...Falta-lhes a todos uma visão global de intervenção publica.

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  7. É, falando e agindo como "bons" Portugueses: Cada um "olha" para o seu "umbigo" não é?

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