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13 agosto 2010

Quando tudo arde a clareza foge

Como podem reparar, a silly season chegou e, de uma forma impetuosa, reserva vários minutos por dia nos principais meios de comunicação social. Estou a referir-me à cobertura mediática do flagelo dos incêndios. Se é certo que a cultura do espectáculo é a dominante, convém dar-nos em doses aconselháveis. O equilíbrio está em comunicar a notícia num tempo em que esta possa ser visualizada e compreendida. Quando a notícia monopoliza o tempo noticioso o efeito pode ser contraproducente.

Posto isto, convém referir que estes incêndios são consequências previstas. Os factores (a reordenação do território, a falta de limpeza das florestas, os actos criminosos etc.) são conhecidos há muito tempo. Não há vontade ou força suficiente para realmente tentar resolver o problema. Recentemente as declarações do Ministro da Agricultura, António Serrano, causaram algum incómodo. O ministro afirmou a possibilidade de haver acções mais veementes em casos de constaste desrespeito pela lei. É certo que o Estado (em todas as suas instâncias nacionais e locais) pecam por não darem o exemplo. Mas é certo, também, que a propriedade florestal também é desprezada pelos seus proprietários. Necessita-se de uma acção concertada, ou seja, que o Estado faça cumprir a lei nos seus domínios florestais e aja mais duramente para quem reiteradamente não cumpre a legislação. Nacionalizar, ou tornar património do Estado, para precaver e respeitar os interesses de todos é uma acção a considerar em todos os domínios da nossa sociedade. Nacionalizar não servirá apenas para recuperar bancos falidos (suportando os custos directos e indirectos todos os contribuintes) e devolvê-los sãos e limpos para um mercado onde não impera o interesse comum -pelo contrário.

Deixem-se de meias medidas e intenções de papel. Acções claras e precisas são necessárias. Nacionalizar propriedades florestais poderá ser um instrumento essencial para que de uma vez por todas o interesse comum seja assegurado quando há negligência e dolo por parte de um proprietário e que isto ponha em risco as propriedades adjacentes à sua. Isto é congruente num mundo onde o interesse comunitário é prioritário. Podem afirmar que os custos de limpeza e manutenção de uma dada propriedade é elevado. Na óptica de mercado, quem não pode economicamente sustentar os seus bens tem duas alternativas: ou vende-as ou doa-las.

Agir é preciso.

11 agosto 2010

Elogio da Água

Um Elemento, uma molécula simples, vital para toda e qualquer célula viva, deslizas ao sabor do sódio e do potássio, equilibras o meio interno, dissolves as toxinas e os metabolitos... A tua falta traduz-se em sede, mas nem sempre. Tantas vezes nos esquecemos de te beber sem vontade, apenas e só porque nos fazes falta. Deslizas ao sabor das pressões geológicas e atmosféricas, através do vento e dos relevos, mas, tantas vezes te maltratamos, poluindo-te, gastando-te sem necessidade. Tantas vezes dizemos estar fartos de ti no Inverno quando cais lá de cima com força, e, tantas vezes desejamos no Verão que caias com a mesma força, ainda que só por momentos. Contigo limpamos e refrescamos o corpo, serves-nos até de terapia, de lazer e recreação.

Serás talvez motivo de muitas guerras no futuro, quando a tua pureza escassear e quando te derem o valor que realmente mereces. Gelada, fria, tépida, quente, a ferver... a gosto... és mais forte do que nós todos juntos.

31 agosto 2009

Cabeceiras a arder

Cabeceiras acordou envolta num manto castanho e cheiro a madeira queimada, resultado dos vários incêndios que assolam a região, que se prolongou por todo o dia e que se mantém.Um cenário desolador.

Fotos tiradas da parte da frente, do lado e de trás de minha casa.

23 novembro 2007

Bombeiros e suas condicionantes

Enquanto a propagação de fogos depende, essencialmente, das condições meteorológicas, a sua causa é, na sua maioria, de origem humana. Quer seja por negligência, acidente ou intencionalmente.

Algo tem de ser feito. Enquanto for encarado como problema sazonal, os incêndios propagar-se-ão por muito tempo. Da legislação à correcta implementação das medidas preconizadas pelos governantes, pouco ou nada se tem feito. Precisa-se de legislação forte e punitiva para condenar os “actores” de actos ilegais despoletadores de incêndios. Este problema não se pode restringir às condições meteorológicas, no seu âmago está causas tão diversas desde o ordenamento e gestão florestal à mentalidade permissiva e perniciosa da nossa sociedade sobre este assunto.

Em particular, a permissividade dos agentes fiscalizadores da ordem pública (GNR,Polícia Municipal etc.) sobre a ilegalidade da elaboração de queimadas, que continuamente e de uma forma irritante, para quem combate ou não goste de ver incêndios, esquecem-se dos seus juramentos e propósitos de cumprimento da lei e ficam cegos instantaneamente quando passam por tais ilegalidades.

Embora tenha melhorado as condições de trabalho das corporações de bombeiros, existe uma grande falta de apoio ao seu trabalho. Não esquecer que a maior parte do trabalho efectuado é feito por voluntários que beneficiam de parcos e redundantes benefícios. Acusados, falaciosamente, muitas vezes de agentes permissivos na extinção de incêndios, eles são fulcrais para a protecção da sociedade e não só nesta matéria.